terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Lição 5

TESOURO EM VASOS DE BARRO

Objetivo: Mostrar que ainda que sejamos frágeis, Deus nos usa para proclamar as Boas Novas, dando-nos o poder para realizar Sua obra.

INTRODUÇÃO
Conforme estudamos na lição anterior, a glória do ministério cristão não repousa nos atributos pessoais, mas em Deus, que, em Cristo, realiza, em nós, Sua obra em misericórdia. Na aula de hoje atentaremos para a conduta do ministério de Paulo, a fragilidade e o conteúdo dos vasos de barros, e finalmente, da glorificação final desses vasos. Veremos que o Senhor decidiu, soberanamente, concretizar seus propósitos através de vasos frágeis, os quais, paradoxalmente, conduzem um conteúdo precioso.

1. MENSAGEM: TESOURO EM VASOS
Paulo está ciente que o ministério cristão é realizado segundo a misericórdia de Deus (II Co. 4.1). É válido ressaltar que outrora o Apóstolo fora um perseguidor da Igreja de Deus (I Co. 15.9,10; I Tm. 1.12-16). Paulo afirma que não se utiliza de argumentos astuciosos (sutilezas, truques), nem tem a mínima pretensão de adulterar a palavra de Deus (II Co. 4.2) como fez a serpente quando enganou Eva (II Co. 11.3,14,15; 12.6). Sua conduta ministerial é pautada na convicção da presença de Deus, pois é Ele quem julga os atos do obreiro (I Co. 4.3,4). Depreendemos de II Co. 4.3,4 que os opositores de Paulo criticavam-no, dizendo que ele não se fazia compreendido. O Apóstolo defende-se argumentando que o problema não está no encobrimento da mensagem, mas na cegueira promovida por satanás, o deus-deste-século, fazendo com que os incrédulos não compreendam a mensagem (II Co. 2.11; 11.3,14; Jo. 8.44). A cegueira satânica opera a fim de que não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, o qual é a imagem de Deus, a do último Adão (Gn. 1.26; I Co. 15.45-49). A mensagem do apóstolo é simples, ele não trata de si mesmo, mas do Cristo Crucificado (II Co. 4.5), escândalo para os judeus e loucura para os gregos (I Co. 1.20-23). Por meio dessa mensagem, Deus, como no princípio (Gn. 1.2,3), possibilita uma nova criação, retirando os pecadores do império das traves e conduzindo-os ao reino de amor em Seu Filho Jesus Cristo (Cl. 1.13).

2. FRAGILIDADE: VASOS DE BARRO
No antigo oriente os vasos de barro eram comumente encontrados nos lares. Diferentemente dos vasos de metal ou de vidro, os de barro eram adquiridos por baixo preço e quebravam com facilidade. Do mesmo modo os mensageiros de Deus são frágeis, é bem provável que não chamem a atenção do mundo pelos seus artefatos exteriores, mas conduzem, no interior, um tesouro de precioso valor (II Co. 3.7). Isso acontece porque Deus escolheu “as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; e Deus escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes; e Deus escolheu as coisas vis deste mundo, e as desprezíveis, e as que não são, para aniquilar as que são” (I Co. 1.27,28). Os mensageiros de Deus, portanto, são atribulados de várias formas, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados; perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos (II Co. 4.8,9). Ao contrário do que defendem determinados seguimentos evangélicos, a vida cristã, em especial a dos obreiros, não é isenta de sofrimentos. Devido ao escândalo da mensagem cristã, muitos obreiros são incompreendidos não apenas pelo mundo, mas também pelos de dentro da igreja. Paulo destacou que havia passado por circunstâncias desesperadoras que foram para além das suas forças (II Co. 1.8). Mesmo assim ele não desanimou, pois mesmo nos momentos solitários foi assistido pelo Senhor (II Tm. 4.16-18). Diante dele estava, todos os dias, a exposição à morte por causa do evangelho de Cristo (II Co. 4.10,11). Como disse aos crentes de Roma: “Por amor de ti somos entregues à morte todo o dia; somos reputados como ovelhas para o matadouro” (Rm. 8.36). O Apóstolo regozija-se por saber que, mesmo na fragilidade, e ainda em risco de morte, a vida de Jesus se manifestava em sua carne mortal (Rm. 8.35-39; II Co. 1.8-10; Fp. 3.10; 4.12-13). Mesmo que nele opere a morte, naqueles que ouve, opera a vida (II Co. 4.12). Apóstolo destaca que o fundamento do ministério está nas marcas de Cristo, por meio das quais é demonstrada a identificação do cristão com o Senhor (Gl. 6.17).

3. A GLORIFICAÇÃO DOS VASOS
Apesar dos sofrimentos, a fé de Paulo persiste baseada na certeza da ressurreição dos mortos (II Co. 4.12; I Co. 15.20-23). É antagônico que determinados ministros dos dias atuais fundamentem sua atuação nas glórias que receberão na terra. Alguns deles, contrariando os princípios cristãos, ficam perplexos diante da possibilidade da morte (Fp. 1.21-23; II Co. 5.1,2). O apóstolo, diferentemente, aguarda a manifestação do Senhor, quando se dará o momento da glorificação (Fp. 4.16; I Ts. 2.19). Alguns obreiros, dominados pela teologia da ganância, perderam a bendita esperança, e não mais atentam para a doutrina do arrebatamento da igreja (I Ts. 4.13-17). Ainda que o homem exterior se corrompa, o interior se renova de dia em dia (II Co. 4.16; Ef. 3.14-19), pois “nossa leve e momentânea tribulação produz para nós eterno peso de glória, acima de toda comparação” (II Co. 4.17). Gememos agora debaixo do peso da tribulação, mas regozijaremos no futuro quando o que é incorruptível se revestir da incorruptibilidade, quando a morte for tragada na vitória (I Co. 15.53,54). Os sofrimentos do tempo presente não são para ser comparados com as glórias por vir que em nós serão reveladas (Rm. 8.18). As tribulações de Paulo foram leves e momentâneas apenas no seu modo de ver (I Co. 1.8,9; 2.4; 4.8,9; 6.4-10; 11.24-27), pois ele não atentava para as coisas visíveis, mas para as invisíveis e eternas (II Co. 4.18; Rm. 8.19-23; Fp. 3.20-21).

CONCLUSÃO
Tesouros em vasos de barro, é isso que os mensageiros de Deus são. Frágeis e de pouco valor, mas com um conteúdo precioso. Não somos ainda o que haveremos de ser, pois quando Cristo que é a vida se manifestar, seremos como Ele é (I Jo. 3.1-3). Portanto, com o compositor sacro, cantamos: “Desprezando toda a dor eu vou a cantar, e o calvário, ao pecador, sempre apontar, flechas transpassaram-me, padeci gran dor, mas Jesus, minha luz, fez-me vencedor. A paz adorada de Jesus verei, com a grei amada, no céu estarei. Na mansão dourada, hinos vou cantar, a Jesus, minha luz, que me quis salvar!” (HC 304).

BIBLIOGRAFIA
KRUSE, C. II Coríntios: introdução e comentário. São Paulo: Vida Nova, 1999.
HORTON, S. I e II Coríntios. Rio de Janeiro: CPAD, 2003.

fonte: http://www.subsidioebd.blogspot.com/

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Lição 4

A GLÓRIA DAS DUAS ALIANÇAS

Objetivo: Mostrar que a glória da Antiga Aliança desvaneceu ante a glória superior da Aliança revelada em Cristo Jesus.

INTRODUÇÃO
Na aula de hoje nos debruçaremos sobre a comparação que Paulo faz entre a Antiga e a Nova Aliança. Antes de aprofundarmos esse tema, discorreremos a respeito da autorrecomendação do Apóstolo, justificando suas credencias perante a igreja. Ao final da aula atentaremos para a suficiência da nova aliança em Cristo. Esse assunto é bastante apropriado para a igreja, haja vista as ameaças judaizantes para a igreja atual. Semelhante aos dias de Paulo, há hoje cristãos que defendem o retorno às praticas religiosas judaicas como requisito para a salvação.

1. A AUTORRECOMENDAÇÃO DE PAULO
Paulo não era contra as cartas de recomendação, haja vista ele mesmo ter feito uso delas para recomendar determinadas pessoas (Rm. 16.1; I Co. 16.10-11; Fp. 2.19-24). No caso específico desta epístola, ele justificou que por ter tido uma participação tão íntima com a Igreja de Corinto, uma carta de recomendação seria desnecessária. É provável que o ofensor de Paulo, que arrebanhava a igreja contra o Apóstolo em Corinto (II Co. 2.5), tenha usado a falta de uma carta de recomendação – vinda de Jerusalém, das autoridades apostólicas - como artifício para tentar descredenciá-lo. Tal atitude se revestia em pirraça contra o Apóstolo, já que esse teria fundado a igreja naquela cidade (II Co. 3.1). A existência de uma igreja em Corinto, plantada pelo Apóstolo, era a prova cabal de seu envio pelo Senhor, descartando, assim, a exigência de uma carta (II Co. 3.2). Os próprios coríntios eram cartas vivas, demonstração evidente da atuação de Cristo. A salvação dos crentes coríntios revelava-se como uma inscrição do Senhor, efetuada não com tinta, mas com o Espírito Santo (II Co. 3.3). A transformação das vidas dos coríntios, que outrora estavam perdidos em seus pecados, era uma nítida demonstração do poder do evangelho de Cristo (I Co. 6.9-11). Essa é uma valiosa verdade, o mundo pode muito bem não ler as Escrituras, mas poderá ler as vidas dos cristãos. Cada crente deve viver de tal modo que as pessoas possam neles o brilho da luz do evangelho (Mt. 5.14-16).

2. A VELHA E A NOVA ALIANÇA
Cristo é o fundamento da confiança de qualquer apostolado. Tendo Ele como base, não haverá o que temer, nem motivos para agir com timidez (II Co. 3.4; Rm. 8.15-17). Essa confiança é proveniente de Deus, pois é por Ele, com Ele e por meio dEle, que a obra espiritual é realizada (I Co. 1.18). É Ele quem nos faz ministros de uma nova aliança, essa edificada sobre Cristo, que superior à antiga aliança (I Co. 11.25; Hb. 9.15-28). Isso porque a letra, isto é, a Lei de Moisés, utilizada apenas como sistema de regras a ser obedecido conduz à morte (II Co. 3.6; Rm. 3.20; 10.1-4). Não é pela a observância a Lei que o ser humano é vivificado, mas pelo Espírito que realiza em nós, e conosco, aquilo que a Letra, por si, é incapaz de fazer (Go. 5.19-22; Rm. 8.3,4). Infelizmente, alguns cristãos radicais, por desconhecerem as normas de interpretação bíblica, argumentam, sem apelar ao contexto da passagem, que o cristão não pode se dedicar ao estudo da Bíblia, nem freqüentar institutos bíblicos, e nos casos mais extremos, se envolver com a Escola Dominical. O resultado é a total ignorância espiritual, cristãos despreparados para lidar com os problemas da vida, meninos na fé que se deixam levar por todo e qualquer vento de doutrina. Se analisar cuidadosamente esse texto, perceberemos que Paulo está mostrando a incapacidade da Lei para salvar o ser humano, ressaltando que essa apenas aponta o pecado. Ainda que a Lei seja santa, justa e boa (Rm. 7.12-14), o ser humano não é capaz de cumprir sua exigência (Ex. 34.7; Ez. 18.4).

3. A GLÓRIA DA NOVA ALIANÇA EM CRISTO
A Lei apenas serviu de aio – paidagogos no grego – a fim de conduzir as pessoas a Cristo (Gl. 3.24). Mas a Lei teve o seu fim em Cristo, já que essa apenas mostra o caminho, mas não remove os obstáculos, aponta a doença, mas não a cura. A glória da Lei é temporária, sua glória se esvai, pois o próprio brilho no rosto de Moisés desapareceu, o de Cristo, entretanto, permanece revestido de glória, por toda eternidade. Por isso, o Espírito dado na Nova Aliança em Cristo capacita o cristão para que esse cumpra os mandamentos de Deus (Ez. 36.27; Rm. 8.3,4). Esse ministério do Espírito é mais glorioso do que o ministério da morte. Se o ministério da condenação teve a sua glória, em muito maior proporção tem o ministério da justiça em Cristo (II Co. 3.9; Rm. 3.21-26). Assim, as exigências justas da lei podem ser cumpridas através de um andar no Espírito (Rm. 8.4; Gl. 5.19-25). Por meio da justiça de Cristo o Espírito nos auxilia a andar em boas obras para as quais de antemão fomos criados (Ef. 2.8-10). Essa intervenção divina é denominada, por Paulo, de justificação (Rm. 5.1), isso porque por meio de um ato legal, forense e judicial, Cristo se tornou substituto, pagando a dívida do pecado (Cl. 2.14). A partir de então, o justo viverá da fé no evangelho (Rm. 1.16,17) e nenhuma condenação há esses que estão em Cristo Jesus (Rm. 8.1).

CONCLUSÃO
Uma estrofe do hino 15 da Harpa Cristã, intitulado “Conversão”, sumariza o conteúdo da lição estudada. Diz seu autor: “Mas um dia senti meu pecado, e vi / sobre mim a espada da lei / apressado fugi, em Jesus me escondi / e abrigo seguro nEle achei”. O refrão esboça o júbilo dessa glória revelada em Cristo: “Foi na cruz, foi na cruz / onde um dia em vi / meu pecado castigado em Jesus / Foi ali, pela fé, que os olhos abri / e agora me alegro em Sua luz”.

BIBLIOGRAFIA
KRUSE, C. II Coríntios: introdução e comentário. São Paulo: Vida Nova, 1999.
HORTON, S. I e II Coríntios. Rio de Janeiro: CPAD, 2003.

Fonte: http://www.subsidioebd.blogspot.com/

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Lição 3

A GLÓRIA DO MINISTÉRIO CRISTÃO
Objetivo: Mostrar que a glória do ministério cristão está na simplicidade e sinceridade com que se prega o evangelho e na salvação e edificação dos fiéis.

INTRODUÇÃO
Apesar dos descalabros evangélicos que tentam ofuscar o brilho do ministério cristão, esse, uma vez desenvolvido em conformidade com a Palavra de Deus, continua sendo glorioso. Paulo escreveu a Timóteo, jovem pastor de Éfeso, ressaltando a sublimidade do ministério (I Tm. 3.1). O Apóstolo dos gentios é um grande exemplo de alguém que desenvolveu o ministério cristão com a dignidade e a sinceridade que lhe é devida. Na lição de hoje refletiremos a respeito do seu ministério apostólico, suas atitudes perante a igreja, bem como sua resposta aos falsificadores da mensagem evangélica.

1. O MINISTÉRIO APÓSTÓLICO DE PAULO
Paulo ressalta a glória do seu ministério apostólico apelando para o testemunho da sua consciência (II Co. 1.12). O Apóstolo dos gentios é cônscio do desenvolvimento das tarefas para as quais o Senhor lhe capacitou (Rm. 15.17-19). É evidente que a consciência de Paulo estava tranqüila porque esse conhecia e observava a Palavra de Deus. A consciência humana não é infalível como defendiam os gregos e romanos, pois essa precisa estar respaldada pela Palavra de Deus (I Co. 4.2-5). Mas deixar de atentar para a consciência significa incorrer no risco de perder-se espiritualmente (I Tm. 1.19). Os obreiros de Deus que atuam com a consciência fundamentada na Palavra são motivos de glória (II Tm. 2.16,16). Os que seguem as diretrizes da Palavra se alegrarão na eternidade ao verem o fruto do seu trabalho (Fp. 4.1; I Ts. 2.19). Como Paulo, podemos nos gloriar na obra do Senhor, contanto que isso não seja feito com orgulho ou auto-exaltação, mas com o coração comprometido com a igreja e com a causa do evangelho de Cristo (II Co. 10.17; I Co. 15.10). Paulo, diferentemente de alguns obreiros dos dias atuais, fundamentou seu ministério não em palavras de persuasão humana, mas na simplicidade, no escândalo e loucura da mensagem da cruz de Cristo (I Co. 2.1-5). Por esse motivo, sua consciência sossegava na certeza de estar cumprindo a meta para a qual o Senhor o separara. A meta de Paulo não era obter a aprovação dos outros, antes viver em sinceridade – eilikrineia em grego – termo que, literalmente, diz respeito a algo que é capaz de suportar a luz do sol e pode ser mirado com o sol brilhando através dele. O objetivo primordial do obreiro de Deus não é alcançar popularidade, mas pregar e viver a Palavra de Deus (II Tm. 2.15; 4.12).

2. A ATITUDE DE PAULO PERANTE A IGREJA
Os acusadores de Paulo diziam que ele não agia com leviandade e que não eram íntegros em suas palavras (II Co. 1.17,18). Essa acusação deu-se por causa da mudança de planos do apóstolo em relação à viagem pretendida. Eles pretendiam denegrir a imagem do Apóstolo, criticando-o por seguir a sabedoria humana, agindo segundo a carne (II Co. 1.12) e por ignorar a vontade de Deus (II Co. 1.17). Paulo responde aos críticos afirmando que resolveu mudar os planos da viagem – de Corinto para a Macedônia para da Macedônia para Corinto – por reconhecer uma necessidade premente naquela igreja. Com essa atitude ele pretende mostrar-se sensível às carências das igrejas e que a mudança de percurso revelava diligência na resolução de uma causa urgente. Com essa viagem os coríntios seriam beneficiados, esse seria um segundo benefício (II Co. 1.15), haja vista que o primeiro teria sido o período de dezoito meses em que esteve entre eles (At. 18.11) e os havia ganhado para o Senhor, tornando-se pai espiritual deles (I Co. 4.15). Ainda no intuito de defender-se da acusação de leviandade, Paulo faz referência à fidelidade de Deus. E, do mesmo modo, diz que suas palavras são verdadeiras, sinceras e coerentes (Mt. 5.37). Com essas palavras o Apóstolo argumenta em favor da sua sinceridade, e principalmente, das motivações corretas, fundamentadas no amor a Cristo e a Igreja para a glória de Deus (II Co. 1.19,20).

3. CONTRA OS FALSIFICADORES DA PALAVRA
Os falsificadores da Palavra eram aqueles que transformavam o evangelho de Cristo numa mercadoria a ser vendida. Em nossos dias nos deparamos com exemplos dessa mesma natureza, falsos obreiros que pregam um evangelho adulterado, descompromissado com a Palavra de Deus. Como não há compromisso com a Verdade, pregam aquilo que as pessoas desejam ouvir, não o que precisam ouvir (II Tm. 4.3). Tais profissionais utilizam estratégias de marketing com vistas à autopromoção. Igrejas incautas, por não se voltarem à Palavra, são fontes de lucro fácil para esses negociantes do evangelho de Cristo (II Co. 4.2; 11.20). Há até os que vendem pacotes para eventos evangélicos e têm a audácia de cobrar de acordo com a quantidade dos “milagres” que serão realizados. Cobram quantias vultosas para ir às igrejas, exploram os irmãos pobres a fim de satisfazer suas vaidades e para suplantar seus complexos de inferioridade. Investem exageradamente na aparência pessoal, usam gravatas importadas com custos vultosos, ternos luxuosos e sapatos com preços exorbitantes, tudo isso para causar impacto nos ouvintes. Paulo, diferentemente de tais falsificadores, não estava mercadejando a Palavra de Deus, não pretendia transformar o evangelho em um produto (II Co. 2.17a). O Apóstolo estava comprometido com a mensagem do evangelho, sabendo que essa procedia não de homens, mas de Deus (II Co. 2.17b). Também não fazia uso de malabarismos e subterfúgios para ludibriar as pessoas. Como Pedro, sabia que não importava agradar os homens e não agradar a Deus (At. 5.29). Por esse motivo pautava seu ministério na sinceridade, falava com honestidade aos seus ouvintes, fundamentava seu ensinamento não na ganância, mas na sinceridade a Deus.

CONCLUSÃO
Duas palavras resumem o ministério de Paulo e servem de critério para os obreiros de Deus: simplicidade e sinceridade. O Apóstolo não vivia de ostentações, não buscava glória própria, não camuflava a Palavra a fim de obter lucro e aprovação humana. A expansão do evangelho era a sua motivação central, mas sabia que essa somente seria alcançada caso estivesse de acordo com os parâmetros divinos. Quando o obreiro se encontra no centro da vontade de Deus, ele pode dormir com a consciência tranqüila. Mais que isso, tem autoridade espiritual para se opor aos falsificadores da Palavra que distorcem o evangelho de Cristo a fim de ludibriar o povo de Deus (II Co. 4.2).

BIBLIOGRAFIA
KRUSE, C. II Coríntios: introdução e comentário. São Paulo: Vida Nova,1999.
LOPES, H. D. II Coríntios. São Paulo: Hagnos, 2008.

Fonte: www.subsidioebd.blogspot.com

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Lição 2

O CONSOLO DE DEUS EM MEIO À AFLIÇÃO

Objetivo: Mostrar que as aflições do tempo presente pode nos instruir a depender inteiramente de Deus, nosso auxílio e consolo.

INTRODUÇÃO
O cristão não está isento de passar por tribulações, na verdade, Jesus disse que no mundo teríamos aflições, mas não deveríamos perder o ânimo (Jo. 16.33). Na aula de hoje estudaremos a respeito da atitude do cristão diante das adversidades. Inicialmente trataremos sobre a introdução da Epístola em foco, em seguida, as aflições e o consolo cristão, e por último, abordaremos aspectos do sofrimento na vida do cristão.

1. UMA SAUDAÇÃO CONSOLADORA
Em sua saudação inicial Paulo identifica-se como “apóstolo de Cristo Jesus pela vontade de Deus” (v.1), contrastando, assim, seu apostolado com outros, os dos “superapóstolos”, proveniente de homens (Gl. 1.15). Em seguida, o Apóstolo menciona a graça e a paz da parte de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo (v. 2). A graça – charis em grego, nas epístolas paulinas, diz respeito ao fato do Pai ter enviado Jesus, Seu Filho, a fim de que o mundo fosse salvo por meio dEle (Rm. 5.8; II Co. 8.9). A paz, eirene em grego, equivalente a shalom em hebraico, que carrega o sentido de bem estar em Deus. Para Paulo, a paz de Deus é obtida mediante a morte de Cristo, já que, distante dEle, somos inimigos de dEle (Ef. 2.13-18). Ainda na saudação o Apóstolo expressa seu louvor a Deus e Pai do nosso Senhor Jesus Cristo que é o Deus de toda consolação – paraklesis em grego. Não existe outra maneira do homem ser consolado senão em Deus, pois Ele é o Porto Seguro em meio às ondas bravias do mar. Paulo passou por momentos de angústia na vida ministerial, mesmo assim, não desanimou (II Co. 11.16-29; 12.10), antes instruiu aos irmãos de Corinto para que usufruíssem das misericórdias divinas e do consolo dele proveniente. Jesus é o Consolador das nossas vidas, o Parácleto divino em quem encontramos a verdadeira paz (I Jo. 1.9), pois Ele é o Príncipe da Paz (Is. 9.6). Se no mundo temos aflições, Cristo nos dá a Sua paz (Jo. 14.27), uma paz que o mundo não conhece, pois essa é fruto do Espírito (Gl. 5.22), que é o Outro Consolador Prometido por Jesus (Jo. 14.16).

2. AFLIÇÃO E CONSOLO NAS TRIBULAÇÕES
Paulo sabia o que era sofrer e a respeito disso deu testemunho em sua II Epístola aos Coríntios (II Co. 11.6.29; 12.10). E por causa de tais aflições, poderia, também, “consolar os que estiverem em alguma tribulação, com a consolação com que nós mesmo somos consolados de Deus” (II Co. 1.4). Essa é uma demonstração de um dos motivos pelos quais somos afligidos, a fim de que possamos nos colocar no lugar daqueles que padecem. Sofrer, para Paulo, é um ato de comunicação, de identificação do crente com os sofrimentos de Cristo (II Co. 1.5; Fp. 3.10). Os sofrimentos de Paulo, bem como os dos coríntios, faziam com que eles fossem participantes dos sofrimentos de Cristo. Mas eles também partilharam do consolo em meio às tribulações, mesmo que essas aflições parecessem desesperadoras (II Co. 1.8). Esse consolo teve como fundamento a confiança, não em nós, mas em Deus, que tem poder até para ressuscita os mortos (II Co. 1.9). O Apóstolo revelou que havia recebido sentença de morte, isso se refere, provavelmente, às perseguições que sofreu por parte dos religiosos judeus durante sua viagem, que quiserem matá-lo (At. 20.19; 21.27). Certo Alexandre, naquele momento, causou muitos males a Paulo, que, mesmo abandonado (II Tm. 4.14) não se indispôs contra o Senhor, antes encontrou nEle e na esperança da Sua vinda, o conforto necessário para superar as aflições (II Co. 4.17,18).

3. O CRISTÃO E O SOFRIMENTO
Paulo revelou que Deus permite que os seus filhos sejam afligidos (II Co. 1.5). Quando padecemos por sofrimentos por causa de Cristo o próprio Senhor sofre em nós (At. 9.4; Cl. 1.24). Nem sempre Deus livra o cristão do sofrimento, mas no sofrimento, e, como lemos na galeria dos heróis da fé de hebreus 11, determinadas aflições somente cessarão na eternidade. Mas o sofrimento do crente sempre tem um propósito, um deles é a produção de consolo e salvação para os outros (II Co. 1.6). A morte de vários cristãos ao longo da história serviu de semente para que o evangelho aflorasse em várias regiões do mundo. O sofrimento serve também como instrumento de conforto e consolo para outros crentes que sofrem. Afinal, a promessa de consolo vem do Senhor que também produz em nós essa mesma característica a fim de consolar outros (II Co. 1.7). O sofrimento não necessariamente decorre de pecado, na verdade, os crentes mais consagrados podem passar por provas desesperadoras (II Co. 1.8). Paulo testemunha que sofreu inúmeras perseguições tanto por parte dos judeus (At. 20.19; 21.27) quanto dos gentios (At. 19.23-40) e é bem provável que em uma dessas situações tenha sido sentenciado à morte. Mas o crente sabe que a morte não é o fim, a eternidade deva ser o alvo central da vida do cristão sofredor, pois quando tudo terminar, Deus estenderá sua mão, contanto que confiemos nEle, não em nós mesmos (II Co. 1.9). Ele é o mesmo Deus e do mesmo modo que agiu no passado agirá no presente e no futuro a fim de cumprir com Sua palavra (II Co. 1.10).


CONCLUSÃO
O cristão está sujeito às aflições do tempo presente, mas ao invés de desesperar-se, busca a Deus em oração, para que Ele lhe dê o consolo necessário (II Co. 1.11), assim agiu Jesus para nos dar ensinamento no Getsêmane (Lc. 22.39-46). Na oração encontramos conforto e esperança em Deus, até aquele dia, a respeito do qual tratou o autor do Hino 371 da Harpa Cristã: “Breve vem o grande dia. Em que lutas findarão; Todos os males, agonias, desde mundo cessarão. Cessará no céu o pranto, pois não haverá mais dor, e ouvir-se-á o canto, dos remidos do Senhor”.

BIBLIOGRAFIA
KRUSE, C. II Coríntios: introdução e comentário. São Paulo: Vida Nova, 1999.
LOPES, H. D. II Coríntios. São Paulo: Hagnos, 2008.

Fonte: http://www.subsidioebd.blogspot.com/

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Lição 1

A DEFESA DO APOSTOLADO DE PAULO

Objetivo: Mostrar que apesar dos dissabores e angústias da jornada cristã, jamais faltará a consoladora presença do Espírito Santo.

INTRODUÇÃO
Neste trimestre estudaremos a II Epístola de Paulo aos crentes de Corinto. Na primeira aula trataremos a respeito dos aspectos gerais dessa Carta. Em especial, contextualizaremos a cidade nos tempos do Apóstolo, a autoria, os objetivos, a data e a estrutura da Epístola, e ao final, apontaremos algumas lições que essa epístola nos trarão nas aulas seguintes.

1. A CIDADE DE CORINTO NOS TEMPOS DE PAULO
A cidade de Corinto nos tempos de Paulo situava-se no estreito istmo que ligava o Peloponeso ao território continental da antiga Grécia. Essa cidade foi construída sobre uma plataforma trapezoidal, com cerca de cinco quilômetros e meio a sudoeste da Corinto atual, ao pé de uma colina rochosa conhecida como Acrocorinto. Tal colina se levanta à altura de quase mil metros acima do nível do mar e abrange toda a paisagem ao redor. Essa cidade ficava no cruzamento de duas importantes rotas comerciais. A primeira era a que dava a volta pelo istmo, entre a Ática e o Peloponeso; a segunda, cortava o istmo, indo de Lecaion até Cencréia. A posição geográfica privilegiada de Corinto favoreceu o enriquecimento à custa dos impostos cobrados pela movimentação de mercadorias. Além da importância comercial, Corinto era reconhecida também pelos jogos realizados a cada dois anos e que atraiam muitas pessoas. No local havia um templo construído para a adoração a Afrodite no qual os transeuntes gastavam seu dinheiro com as prostitutas cultuais. Nos tempos do Apóstolo essa cidade estava debaixo do controle romano, ainda que tivesse características cosmopolitas em virtude da presença de pessoas dos diversos lugares que para lá se dirigiam em busca de enriquecimento. Paulo ministrou naquela cidade no período em que Cláudio era o imperador e permeneceu no local pelo período de dezoito meses, por ocasião da sua segunda viagem missionária (At. 18).

2. A II EPÍSTOLA AOS CORÍNTIOS: AUTORIA, DATA, OBJETIVO E ORGANIZAÇÃO
A autoria dessa Epístola aos Coríntios está explicitada em sua abertura: “Paulo, apóstolo de Jesus Cristo” (II Co. 1.1), além dos testemunhos históricos de Irineu, Atenágoras, Clemente de Alexandria e Tertuliano, todos do Século II. Essa é a carta mais autobiográfica do Apóstolo dos Gentios. Paulo enviara Timoteo a Corinto para levar a primeira Carta e regularizar as situações adversas na igreja daquela cidade (I Co. 4.17). Como a viagem de Timóteo não surtiu o efeito desejado, o próprio Apóstolo se encarrega de fazer uma viagem para Corinto (II Co. 12.14; 13.1). Mesmo assim, o resultado da viagem não foi satisfatório (II Co. 2.5; 7.12). Ao invés de chegar a um consenso em relação aos problemas da igreja, Paulo é rejeitado por alguns crentes de Corinto. Tais pessoas acusam-no de leviandade (II Co. 1.15), de não ter carta de recomendação (II Co. 3.1), de dar motivo de escândalo (II Co. 5.11; 6.3-4); de se beneficiar pessoalmente das ofertas (II Co. 7.2; 12.16), de usar sua oratória em benefício pessoal (II Co. 10.10; 11.6), questionam especificamente o apostolado de Paulo. Esse é justamente o objetivo de Paulo nessa Epístola: a defesa do seu apostolado. O versículo-chave que expressa esse intento se encontra em II Co. 4.7: “Porque não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo Jesus como Senhor, e a nós mesmos como vossos servos por amor de Jesus Cristo”. Essa Carta provavelmente foi levada por Tito (II Co. 8.16), o qual deveria também ajudar a igreja a coletar uma oferta para os irmãos necessitados de Jerusalém. Essa Epístola, escrita provavelmente no ano 56 d. C., da Macedônia, está assim dividida: 1) Saudação e ação de graça (1.1-11); 2) A defesa de Paulo em sua relação com o evangelho (1.12-7.16); 3) A contribuição para os crentes necessitados de Jerusalém (8,9); e 4) Os detratores de Paulo na igreja de Corinto (10.1-13.10). A palavra-chave da Epístola é “consolo”, pois começa (II Co. 1.3) e com ela (II Co. 13.11). O verbo “consolar” – parakaleo - em grego, aparece dezoito vezes e o substantivo – paraklesis - “consolação”, onze vezes.

3. LIÇÕES A PARTIR DA II EPÍSTOLA AOS CORINTIOS
Ao longo do trimestre estudaremos a respeito de vários assuntos que tratarão a respeito dos seguintes aspectos da II Epístola de Paulo aos Coríntios: - o consolo de Deus em meio à aflição: as aflições nos ensinam a lidar com as circunstâncias e a depender de Deus; - a glória do ministério de Cristo: a glória do ministério cristão está na simplicidade e sinceridade com que se prega o evangelho e na salvação dos fiéis; - a glória das duas alianças: a glória da antiga aliança desvaneceu ante a glória superior da Aliança revelada em Cristo Jesus; - tesouro em vaso de barro: embora sejamos frágeis, Deus nos usa para proclamar as boas novas e dá-nos poder para realizarmos sua obra; - o ministério da reconciliação: consiste na proclamação da obra expiatória do Senhor Jesus Cristo; - Paulo, um modelo de líder-servo: não age egoisticamente, antes serve ao povo de Deus com o espírito voluntário e solícito; - Exortação à santificação: através de uma vida santificada e pura o crente dedica-se ao serviço de Cristo; - o princípio bíblico da generosidade: esse princípio deva fazer parte da atitude do crente que deverá faze-lo com alegria, pela graça de Deus; - A defesa da autoridade apostólica de Paulo: sem a autoridade espiritual recebida por Deus, o obreiro não pode desempenhar o ministério de Cristo com eficácia; - Características de um autêntico líder: a liderança cristã autêntica tem por objetivo maior servir a Deus e à igreja do Senhor; - Visões e revelações do Senhor: as experiências espirituais são importantes, mas não devem ser o requisito primário para o ministério cristão; - solenes advertências pastorais: uma das responsabilidades do pastor é a disciplina da igreja, mas essa deva ser feita com amor, a fim de que os membros do corpo se desenvolvam com saúde espiritual.

CONCLUSÃO
Nesta primeira aula destacamos alguns aspectos gerais da II Epístola de Paulo aos Coríntios, bem como os tópicos que serão estudados ao longo do trimestre. Esse estudo nos chega em momento propício, haja vista os equívocos atuais no ministério cristão, dentre eles destacamos: a profissionalização do pastorado, apostolado e bispado; o espírito torpe da ganância pelo dinheiro travestido de benção de prosperidade; e expansão do triunfalismo que se sobrepuja à cruz de Cristo. Oremos para que essas lições, tal como a bússula que norteia o navegador, conduzam os obreiros de Deus, especialmente os mais jovens, a fim de atentaram para o sentido real do ministério cristão.

BIBLIOGRAFIA
HORTON, S. M. I e II Coríntios. Rio de Janeiro: CPAD, 2003.
KRUSE, C. II Coríntios: introdução e comentário. São Paulo: Vida Nova, 1999.

Fonte: http://www.subsidioebd.blogspot.com/

sábado, 26 de dezembro de 2009

Resumo da Lição 13

Davi - Um Homem Segundo o Coração de Deus

Introdução

A expressão “segundo o coração de Deus” pode ser traduzida como “segundo a vontade de Deus”.

A expressão “segundo o coração de Deus” aparece apenas duas vezes: I Sm13:14 e At 13:22.

Quem é “segundo o coração de Deus” possui as seguintes qualidades: perdão, tolerância, longânimo, paciente, autocontrole, não sente dificuldade em voltar atrás em decisões erradas, não é vingativo, etc.

A Bíblia dedica 60 capítulos (entre capítulos e salmos) a Davi, e 60 vezes é feito referencia ao seu nome no Novo Testamento, e, ainda o seu nome é o primeiro a ser mencionado na genealogia de Jesus, nas primeiras linhas do evangelho de Mateus.

Israel estava vivendo uma crise na liderança política e na vida espiritual. Os filhos de Samuel não trilharam os retos caminhos do pai (1 Sm 8.1-5). Desorientado, o povo decidiu buscar um rei que os governasse (1 Sm 8.5-9; -10.17-25). Elegeram a Saul, que apesar de cumprir os principais requisitos humanos, Saul foi rejeitado por Deus, em razão de sua infidelidade (1 Sm 13.14). É exatamente nesse contexto que surge Davi, um homem “segundo o coração de Deus” (1 Sm 13.14; 16.11-1 3).

Quem Davi?.....Davi era um jovem comum à sua época. Não possuía uma aparência exuberante (I Sm 16.12). Pastor das ovelhas de seu pai. (I Sm 16.11) e excelente músico (I Sm 16.18), e vivia num povoado pequeno, em Belém (I Sm 16.1), exatamente a cidade em que Jesus nasceu.

Davi foi um verdadeiro líder e isso fica comprovado pelas diversas vezes que lemos a seguinte expressão:...reis que governaram bem porque andaram “no caminho de Davi” (2 Rs 22.2); e os que governaram mal, pois não fizeram o que era reto aos olhos do Senhor, “como Davi” (2 Cr 28.1).

Aspectos do carater de Davi

Humildade: Davi era um homem humilde e reconhecedor de suas limitações (SI 131; 40.12,17). Apesar de ser um soldado inigualável, um comandante corajoso, um rei exemplar, sempre atribuiu todas as suas vitórias ao Senhor dos Exércitos (SI 34.4-7; 40.5-10; 124; 144.1,2). Quanto mais o homem se aproxima da bondade, santidade e grandeza do Altíssimo, mais consciente se torna de seus pecados, mazelas e misérias (Rm 7.24,25; 12.3).

Sinceridade: Davi nunca quis ser urna pessoa diferente do que realmente era. Tinha um coração sincero (SI 26.2; 38.9). Mesmo em uma sociedade em que se valoriza excessivamente o exterior, Deus continua olhar para o interior. Para o salmista, sinceridade e integridade são indispensáveis aos que desejam desfrutar de íntima comunhão com o Eterno (SI 15).

Dependência de Deus: Davi dependia do Senhor em todas as circunstâncias da vida (SI 16:2,5; 17.5; 18.21; 25.4,5; 143.8,10; 142.5).

Coragem: A coragem de Davi era incontestável: matou um leão, um urso, um gigante (1 Sm 17.34,35) (1 5m 17.32), lutou bravamente contra os filisteus sob risco da própria vida.

Gratidão: Davi não se cansava de exaltar ao Senhor por seus maravilhosos feitos (SI 9.1,2; 86.12; 138.1,2) (Sl 7.1,17; 8.1-9; 13.5,6; 16.7; 18. 46,49,50; 144.1,2; 145.1-21).

Arrependimento: Segundo a lei mosaica, Davi cometeu dois pecados imperdoáveis: adultério e - assassinato premeditado (2 Sm 12.9; ver Ex 20.13,14; - 21.12-15; - Lv 20.10; - Dt 22.23,24; - SI 51.14-17). Davi ao pecar arrependeu-se profundamente (2 Sm 12.13a; - SI 51.4). O crente que não reconhece seus erros e rejeita a disciplina do Senhor, poderá ter o mesmo destino de Saul (Mt 18.15-17; - 2 Ts 26-14). “O que encobre as suas transgressões nunca prosperará; mas o que as confessa e deixa alcançará misericórdia” (Pv 28.1 3). Davi arrependeu-se do que fez, pediu perdão a Deus de todo o e foi perdoado (2 Sm 12.13b; - SI 32:5; - 38:18; 51.3-19).

O modelo bíblico de liderança é aquele centralizado no caráter, ao contrario do que ensinava Maquiavel que era preferível ao rei ser temido do que ser amado. Elementos do caráter cristão como o temor de Deus, a coragem, a virtude, o altruísmo, a honestidade, etc., são postos em relevo. As técnicas mudam, mas os princípios do caráter não.

Davi serviu voluntariamente a sua geração

Palavra “Servo” (latim servus, -i, escravo)
- Aquele que não dispõe da sua pessoa, nem de bens, que não tem direitos;
- Pessoa que presta serviços a outrem, não tendo condição de escravo (criado, servente, serviçal);
- Pessoa que depende de outrem de maneira subserviente;

Servo: Davi nunca se queixou do laborioso e solitário pastoreio das ovelhas de seu pai. Ungido rei não hesitou em voltar ao seu trabalho habitual. Servia ao pai prazerosamente com o que sabia e mais gostava de fazer: estar com as ovelhas (1 Sm 16.19). Davi tinha um coração de servo! Deus mesmo chamou-o de servo (SI 78.70; - 89.20). É imprescindível a todo cristão avaliar o modo como serve a Cristo (Mt 7.2 1). Você o tem servido de todo o coração? Jesus é o maior exemplo de servo humilde e obediente ( Jo 4: 34; - Fp 2.5-8).

A missão de todo homem é viver não para si próprio, mas para Deus. Davi era um homem que se conformava em fazer a vontade do Senhor. Davi não era perfeito, mas ele era um homem sincero.Devemos estar cientes dos planos que Deus estabeleceu para a vida de cada de um nós. Caso contrário, corremos o risco de fazer as nossas próprias vontades. Fazer a vontade de Deus deva ser a meta de todo cristão. Mesmo que uma determinada atribuição seja considera menos significativa, ou não dê muita visibilidade, valerá a pena se esse for o lugar para o qual Deus planejou.

Davi serviu a Deus com propósito

Além do propósito foi a própria escolha de Davi e também a escolha soberana de Deus bem como, Davi, o escolhido do Senhor, 'era segundo o coração de Deus' no sentido de estar dedicado à sua vontade e aos seus propósitos. A vontade de Deus na vida de Davi se deu antes mesmo que ele nascesse, ou seja, Ele não era apenas mais um. Na sociedade moderna temos a sensação de que não passamos de mais um na multidão.

O menor na casa de Jessé se tornou o maior em Israel

A ascenção de Davi ao trono não foi resultado do esforço humano ou da cobiça pelo poder. Samuel foi a Belém e não sabia a quem iria ungir, e também não disse a ninguém o que iria fazer. Uma das grandes lições na história de Davi é a sua paciência para esperar o momento certo de ascender ao trono de Israel. Paciência adquirida do trato com as ovelhas, paciência advinda da fé – inteira dependência; segurança das coisas esperadas – em Deus; paciência que era também fruto do imenso respeito que demonstrava por aquele que, embora desvinculado da vontade divina, havia sido ungido para ser rei de Israel.

O pequeno pastor que realizou proezas com o poder da fé

O desafio lançado por Golias ao exército de Israel era comum naqueles dias, onde se digladiavam dois campeões e o vencedor ganhava a batalha para o seu exército. Davi tinha experiência com Deus, adquirida no Campo de Batalha, no “batalhar pela fé”. Quem não matar o leão e o urso, não matará Golias. É no campo de batalha, é no confronto direto com os inimigos, é na realização da Obra de Deus que a fé cresce e se fortalece. Davi ainda muito jovem, colocou-se como o campeão dos israelitas para enfrentar o blasfemo Gigante filisteu, homem acostumado às batalhas, vestido com toda sua armadura (I Sm. 17.5-7), tal disposição heróica e louca de Davi, causou espanto ao guerreiro filisteu. Podemos tirar algumas lições:

1) enfrentar gigantes é uma experiência intimidadora, mas, no dia-a-dia, lutar contra os gigantes não é uma tarefa fácil;

2) pelejar é uma experiência solitária, e, individualmente, precisamos enfrentar os “Golias” que se apresentam diariamente;

3) confiar em Deus é uma necessidade, caso contrário, fugiremos, ficaremos aterrorizados pelo tamanho dos “gigantes”;

4) vencer traz conseqüências memoráveis que servirá de encorajamento para o futuro. Para Davi, cada uma das suas ações o transformou em um grande homem.

Quando buscou reconciliação com o Senhor

Arrependido - sua maior virtude: sabia quebrantar-se ( Hb dakka: esmagado como pó; triturado) (Sl 34.18: ), recebeu o perdão divino, contudo, sofreu as consequencias. Davi estava disposto a assumir toda a culpa e sofrimento em detrimento do povo. Quando ele assumiu a culpa pelo pecado e colocou-se como o único merecedor de receber - em si mesmo e em sua familia - o castigo, tornou-se alvo da misericórdia de Deus.

"Quando estamos esperando, o plano de Deus e o seu tempo perfeito são dignos da nossa confiança". Charles Stanley – Revista EBD. Construir relacionamentos é uma porta aberta à proclamação do evangelho. A exemplo de Davi, perdoando a Saul quando este o perseguia para matá-lo, e depois quando foi procurado no deserto por Abigail, esposa de Nabal, o carmelita (1 Sm 25), devemos passar por cima de toda e qualquer afronta, e por meio do diálogo fortalecer nossos relacionamentos em prol da causa do reino.

Quando buscou reconciliação com o próximo

Irado (I Sm 25.2-13) com a indiferença e a grosseria de Nabal fez com que Davi perdesse, por um período de tempo, a paciência que tanto lhe era peculiar. Isto nos ensina a termos cuidado com os sentimentos negativos. O mesmo Davi que se porta pacientemente com Saul, que sabe esperar no Senhor, que se recusa a ferir o ungido do Senhor, agora explode em raiva, perde o controle. Devemos ter cuidado (Pv 29.11). Porém,

Misericórdioso (I Sm 25.18-35), após encontrar com Abigail, que com sabedoria o convenceu a não levar adiante seu plano de vingança. Mas, o coração de um homem segundo o coração de Deus é inclinado ao perdão, à tolerância, e não sente dificuldade em voltar atrás em decisões erradas.

Aplicação pessoal

Muitas vezes somos como Davi: amamos a palavra do Senhor, buscamos viver em sintonia com o Espírito Santo, mas, há momentos que alimentamos maus pensamentos, maus desejos, más conversações, ações erradas, e o pior, quando confrontados pelo Espírito Santo, damos desculpas mil, como: é culpa da outra pessoa; não pude evitar; todo mundo faz isso; foi um engano; o diabo me tentou, etc. Entretanto, Paulo escreveu: “pensai nas coisas que são de cima e não nas que são da terra... mortificai, pois os vossos membros que estão na terra: a prostituição, a impureza; o apetite desordenado...”(Cl 3.3, 5). Quantas vezes nos deparamos com maus desejos, pecado sexual, impureza, lascívia, cobiça, ira, dissensões, malicia, calunia, linguagem torpe, mentira. O nosso maior mal é sermos ouvintes esquecidos, o crente necessita ouvir a Palavra, recebê-la e também nela meditar (Sl 1.2), muitas vezes ouvimos, processamos a informação e guardamos em nosso intelecto sem permitir que desça ao coração.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Lição 13

DAVI – UM HOMEM SEGUNDO O CORAÇÃO DE DEUS

Texto Áureo: At. 13.22
Leitura Bíblica em Classe: At. 13.22
Objetivo: Refletir a respeito da importância da vontade de Deus na vida do crente a fim de que esse seja bem sucedido.

INTRODUÇÃO
As lições deste trimestre privilegiaram a vida de uma das figuras exponenciais da história de Israel. Davi, o homem segundo o coração de Deus, não pode passar despercebido. Aprendemos muito com suas experiências, tanto com suas vitórias quanto suas derrotas. Nesta última aula trataremos a respeito de Davi e o cumprimento da vontade de Deus em sua geração. Veremos também que nós, na geração atual, precisamos aprender a estar no centro da vontade de Deus.

1. DAVI EM SUA GERAÇÃO
Em At. 13.36 está escrito que Davi serviu à sua geração. O verbo “servir” merece destaque nessa passagem. Jesus também veio para servir, essa foi sua missão (Mt. 20.28). A missão de todo homem é viver não para si próprio, mas para Deus. Justamente por essa razão Davi é considerado um homem segundo o coração de Deus (At. 13.22). A expressão “segundo o coração de Deus” pode ser traduzida como “segundo a vontade de Deus”. Isso quer dizer que Davi era um homem que se conformava em fazer a vontade do Senhor. Isso não quer dizer que ele fosse perfeito, na verdade, o relato bíblico nos revela que Davi estava longe da perfeição. Mas ele era um homem sincero, que sabia o intento da sua vida, estava centrado no plano que Deus havia estabelecido para ele. De modo que mesmo nas fraquezas reconheceu seus pecados e se voltou para o Senhor, sabendo que não existe lugar melhor para estar do que no centro da vontade do Soberano. Essa consciência de Davi é um exemplo para os líderes cristãos. Devemos estar cientes dos planos que Deus estabeleceu para a vida de cada de um nós. Se não atentarmos para tal, corremos o risco de fazer as nossas próprias vontades, e, o que não é improvável, a vontade dos outros. Fazer a vontade de Deus deva ser a meta de todo cristão. Mesmo que uma determinada atribuição seja considera menos significativa, ou não dê muita visibilidade, valerá a pena se esse for o lugar para o qual Deus planejou.

2. A VONTADE DE DEUS NA VIDA DE DAVI
A vontade de Deus na vida de Davi se deu antes mesmo que ele nascesse. Em um dos salmos ele cantou a confiança de que Deus o havia formado no ventre da sua mãe (Sl. 22.9,10). Essa certeza de propósito apazigua o sentimento inócuo da sociedade moderna de que não passamos de mais um na multidão. A concretização da vontade de Deus na vida de Davi foi confirmada por ocasião da sua separação para reinar em Israel (I Sm. 16.11; 17.14,28). A convicção de tal chamado divino fez com que Davi vivesse sua vida pautada na fé. Mesmo diante das situações gigantescas ele aprendeu a confiar no Senhor (I Sm. 17.48). Quando Davi procedeu pecaminosamente perante o Senhor ele soube prostrar-se e voltar-se para Deus, tanto no caso de Bate-Seba (II Sm. 11,12), quando na execução do censo (I Cr. 21.7,17). O cristão não vive para pecar, mas não está isento do pecado (I Jo. 1.7-9). O que diferencia um homem (ou mulher) de Deus é que esse(a) quando peca não trata o pecado com conivência. Antes se entristece, buscar ao Senhor em arrependimento, e se volta a vontade de Deus (II Co. 7.10). O cristão quando peca sabe que aquele não é o seu lugar, a insatisfação e a culpa atuam de modo a apontar que existe um caminho melhor a ser seguido (I Jo. 3.6; 5.18). Como Davi, não devemos conviver com o pecado, antes buscar a reconciliação, primeiramente com Deus, e, se for o caso, com aqueles a quem ofendemos, afinal, esse é um princípio cristão, ensinado por Jesus aos seus discípulos (Mt. 5.23,24)

3. O CRISTÃO E A VONTADE DE DEUS
Como regra geral, a vontade de Deus é a mesma para cada pessoa na terra: ser conforme a imagem de seu filho, o Senhor Jesus Cristo. Existem alguns textos bíblicos que revelam os princípios da vontade de Deus para o cristão: 1) Rm. 8:28-29 – devemos nos assemelhar à imagem de Jesus Cristo; 2) Jo. 17:20-23 – Ele quer que vivamos em unidade, a fim de que o mundo possa identificá-lo em nós; 3) Ef. 4:13-15 – precisamos crescer no conhecimento de Jesus Cristo, de forma que não sejamos enganados por doutrinas enganosas da parte de homens fraudulentos. Especificamente, fazer a vontade de Deus deva ser o propósito de todo cristão que ama a Deus (Rm. 12.1,2). Os dias são maus, e diante dessa realidade, somos chamados pelo Senhor para entender a perfeita e agradável vontade de Deus (Ef. 5.17). Mas não apenas compreender a Sua vontade é suficiente, faz-se necessário cumpri-la (Sl. 143.30). Paulo dá instruções claras aos cristãos tessalonicesses a fim de que esses busquem a santidade, haja vista ser essa a vontade de Deus, principalmente no que tange à sexualidade (I Ts. 4.3,4). O apóstolo dos gentios também ensina que ao fazer a vontade de Deus o cristão está agrandando ao Seu senhor (Cl. 1.9,10). O intento de fazer começa pela oração, já que o próprio Jesus ensinou a pedir que a vontade de Deus seja feita na terra como é feita no céu (Mt. 6.10; Lc. 11.2; Rm. 15.30-32; Tg. 4.13-15). O cristão que conhece a vontade de Deus através da Palavra pode expressa-la por meio da oração. Essa é uma grande vantagem, pois Deus ouve todo aquele que ora segundo a vontade de Deus (I Jo. 5.14).

CONCLUSÃO
O cristão nunca encontrará a vontade de Deus ou o plano de Deus para sua vida fora da palavra de Deus. A vontade de Deus é alcançada através do processo de renovação da mente: “que sua mente esteja em você, assim como também estava em Cristo Jesus.” (Fp. 2:5). O cristão deve substituir os pensamentos carnais pelos pensamentos de Deus, imergindo-se na Palavra de Deus, conhecendo-O, levando cativo todo pensamento a Cristo. (II Co. 10.5).

BIBLIOGRAFIA
BALDWIN, J. G. I e II Samuel: introdução e comentário. São Paulo: Vida Nova, 2008.
SWINDOLL, C. R. Davi. São Paulo: Mundo Cristão, 2009.

Fonte:www.subsidioebd.blogspot.com  (Pb. José Roberto A. Barbosa)