sábado, 8 de janeiro de 2011

Oração no Antigo Testamento

INTRODUÇÃO

A palavra oração aparece cerca de 80 vezes no AT.

A oração é um dever de todo cristão que deve orar sempre e nunca desfalecer (Lc 18.1).

A oração não é algo formal, para atrair a atenção dos homens, como faziam os fariseus, e por isso foram condenados (Mt 6.5). Eles estavam acostumados a orar formalmente 18 vezes no dia, segundo as leis herdadas dos seus antepassados e observavam com rigor pontual os horários destinados à oração, onde quer que estivessem.

No início com Adão e Eva no jardim do Éden, a oração era a de uma simples conversa com DEUS.

A partir de Abraão, a oração era é um diálogo com base no que DEUS disse e no que Ele prometeu, é a reivindicação de suas promessas.

Na vida de Jacó, aprendemos que a oração requer uma consciência de nosso desamparo humano.

A partir de Moisés a oração é feita na dependência dos recursos de DEUS e não em nossos próprios recursos.

Na vida de Jabez a oração é como um parágrafo de um jornal sobre os problemas comuns da nossa vida.

Através da oração de Ana, Deus traz à existência o primeiro dos profetas de Israel, um homem que seria o guia espiritual e mentor dos dois primeiros grandes reis de Israel (1Sm1-2).

No Período Patriarcal: Consistia em invocar/sacrificar/voto o nome do SENHOR: Sete Gn 4:26; Abraão Gn12:8, 13:4; Abimeleque Gn21:33; Isaque Gn26:25; Jacó Gn 28:20-22; Jó 42:10

A oração durante o êxodo de Israel

O êxodo de Israel foi marcado por vários acontecimentos sobrenaturais, a maioria motivada pelas orações durante 430 anos no Egito (Ex 12:40,41), tendo ficado a maior parte do tempo na escravidão.

A gratidão de Israel a Deus

Devemos manifestar atitudes em louvor e adoração com temor e tremor, pelo que Ele é, e não apenas pelo que Ele faz.

Deus luta em prol dos seus, à medida que estes andam pela fé e em obediência à sua Palavra (Ne 4:20; Sl 35:1).

Vendo o pavoroso juízo que Deus executou contra o exército egípcio, ‘Então, cantou Moisés e os filhos de Israel este cântico ao SENHOR…’ (Ex 15:1-19). Este cântico celebrou a vitória de Deus no mar Vermelho contra o poder do Egito. É um hino de louvor e ações de graças a Deus por sua majestade, por seu poderio nas batalhas e pela sua fidelidade ao seu povo. O livramento dos israelitas das mãos dos egípcios prefigura e profetiza a vitória do povo de Deus sobre Satanás e o anticristo nos últimos dias; daí, um dos cânticos dos redimidos ser chamado o ‘cântico de Moisés’ (Ap 15.3).

O esquecimento e a ingratidão de Israel

Após três dias de viagem (Nm 10.33), o povo começou a murmurar e a queixar-se porque as condições não eram excelentes. Por causa da murmuração atraíram assim, contra eles, a ira e o juízo divinos.

Vulgo: ‘vulgo’ em nosso meio (Nm 11.4). O termo ‘vulgo’ refere-se aos não-israelitas que se juntaram ao povo de Israel, no êxodo (Êx 12.38). Influenciaram Israel a rebelar-se contra Deus e a desejar os ilusórios prazeres do Egito.

Paulo argumenta que, assim como Deus não tolerou a idolatria, pecado e imoralidade de Israel, assim também Ele não tolerará o pecado dos crentes. Paulo adverte aos coríntios que se eles forem infiéis a Deus como Israel (1Co 10.7-10), eles também serão julgados e não entrarão na pátria celeste prometida.

A oração como fator decisivo no ministério Profético

1- A oração deve proceder do conhecimento de uma necessidade especifica (Ne 1:1-4). Muitas de nossas orações são vagas, vazias. São apenas pedidos a Deus que abençoe a alguém ou a nós mesmos. Quando oramos por alguém geralmente não procuramos saber a real situação e necessidade da pessoa. Quando quisermos orar por alguém devemos entender que devemos nos concentrar numa luta por aquela pessoa. A oração é uma guerra. O relato de Hanani era um relato preocupante. E o conhecimento das condições daquelas pessoas leva Neemias a orar. Ele passa dias orando e jejuando. Ele não soltou apenas algumas palavras. Ele lutou em oração.

2- A oração deve ser fruto de reverência a Deus (Ne 1:5). Neemias começa sua oração exaltando ao Senhor: “Ah! Senhor, Deus dos céus, Deus grande e terrível...”. Ele focaliza sua oração sobre a grandeza daquele de quem se aproxima. Ele está diante da majestade do Senhor, reconhece e declara isso. Quanto mais ele declara a grandeza do Senhor, menor se torna seu problema.

3- A oração deve ser fruto de um coração arrependido (Ne 1:6-7). Neemias reconhece que é um pecador. Ele não está ali para fazer nem uma exigência a Deus. Ele não diz que tem algum direito. Ele não está em uma posição de colocar Deus contra a parede. Ele se confessa um pecador.

4- A oração deve se basear numa aliança com Deus (Ne 1:8-9). Muitas de nossas orações são ocasionais, descompromissadas. A oração de Neemias demonstra que ele conhecia as promessas do Senhor, ele conhecia a Palavra de Deus. Demonstra também como a Palavra controlava sua vida.

5- A oração deve também louvar a Deus (Ne 1:10). Muitas pessoas oram, mas só pedem. Pedir é muito importante, mas não esqueça de agradecer a Deus, reconhecendo que ele tem agido na sua vida.

6- A oração deve ser perseverante (Ne 1:11). Suas palavras finais neste texto revelam que ele seguirá orando. Na continuação do texto chegamos à conclusão que ele orou quatro meses até que a resposta viesse. Ele poderia orar uma ou duas vezes e depois deixar tudo como estava, mas ele continuou orando. Muitas vezes começamos a orar e depois não perseveramos, mas Jesus nos ensinou através da parábola do amigo importuno (Lc 11:5-8) que a oração deve ser perseverante.

Profetas: Os profetas se levantaram em momentos de crise social, e eles surgem em grupos:

1- Uma congregação de profetas nos dias de Samuel (1Sm 19:20)

2- Os filhos dos profetas em Betel nos dias de Eliseu (2Rs 2:3)

3- Os filhos dos profetas em Gilgal nos dias de Eliseu (2Rs 4:38)

4- Eram sustentados por esmolas e doações (2 Rs 4:8,42)

5- Cantavam, soltavam gritos e lamentações (1Sm 10.6-9; Mq 1.8)

6- Chegavam até a cair por terra, prostrados ou desmaiados (1Sm 19.24; Dn 8.18, 27).

7- No AT, houve uma classe de profetas profissionais, que só pensavam no crescimento do reino humano (Is 42.18-43.2; Jr 29.8,9).

8- Só pregavam Deus apoiando o povo, não lhes importava a aliança, ou a justiça.

9- Sua teologia não levava em consideração toda realidade e história do povo.

10- Eram pessoas que, pela revelação de Deus, tinham conhecimento da importância dos eventos e das necessidades do povo comum.

11- Havia muito mais profetas do que aqueles que conhecemos pelas profecias registradas ou eventos históricos.

12- ‘E falarei aos profetas e multiplicarei a visão; e, pelo ministério dos profetas, proporei símiles’ (Os 12.10).

Os profetas eram homens que oravam, e parece que a Palavra de Deus vinha a eles através da oração (Is 6:5-13; 37:1-4; Jr 11:20-12:6).

O ministério de Jeremias era caracterizado por tempos de conflito e oração (Jr 18:19-23) e por mais tempo tranqüilo de comunhão com Deus (Jr 10:23-25).

A visão profética foi dada a Daniel quando este estava em oração (Dn 9:20,21). Não há dúvida de que Daniel orou e Deus na cova dos leões, pedindo para não ser devorado por eles (Dn 6.10,16-22).

Em certas ocasiões o SENHOR mantinha o profeta a esperar por considerável tempo, até lhe responder (Hc 2:1-3).

Elias

Israel vivia, nos dias de Elias, uma verdadeira “apostasia nacional” - culto a Baal.

O próprio Deus diz que apenas sete mil pessoas não haviam dobrado seus joelhos a Baal (1Rs 19:18).

Elias teve suas orações respondidas por diversas ocasiões; em todas elas redundaram em glória ao DEUS de Israel

1- seca de 3,5 anos

2- alimentado 2x por dia por corvos

3- multiplicação de farinha e azeite da viúva

4- ressuscita o filho da viúva

5- desce fogo do céu e mata 850 profetas (1Rs17-18; Tg 5.17,18).

6- Acabe correu 48km (Carmelo – Jizreel) para fugir da chuva

7- choveu depois de 3,5 anos

8- alimentado 2x por um anjo e caminhou 42 dias até Horebe, o monte de Deus

A coragem e a fé patentes em Elias não têm paralelo em toda a história da redenção. Desafiou 850 profetas de Baal e Asera (1Rs 18.16- 22). Uma oração breve e simples (41 palavras em hebraico), mas Deus respondeu com fogo.

Deus respondeu a oração de Davi com fogo (1Cr 21:26)

Deus respondeu a oração de Salomão com fogo (2Cr 7:1).

Eliseu

Eliseu foi o sucessor do profeta Elias. Eliseu pediu para ser “sucessor legítimo”, isto é, pediu por uma porção dobrada do espírito de Elias (2Rs 2:9). De acordo com o costume da época, o filho primogênito recebia uma porção dobrada da herança do pai (Dt 21:17). Eliseu pedia para ser o sucessor de Elias, ou seu herdeiro, aquele que poderia continuar o trabalho daquele homem de Deus como líder dos profetas.

Deus atendeu ao pedido de Eliseu porque os seus motivos eram puros. Seu principal objetivo não era ser melhor ou mais poderoso que Elias, mas realizar mais para o Senhor. Se nossos motivos forem honestos, não precisamos ter medo de pedir grandes coisas a Deus. Quando pedimos ao Senhor grande poder ou capacidade, é necessário que examinemos nossos desejos e livremo-nos de qualquer egoísmo que encontramos. Se desejarmos obter a ajuda do Espírito Santo, devemos estar prontos para pedir isso.

Elias confrontou e expôs a idolatria, ajudando a criar uma atmosfera onde o povo pudesse adorar a Deus livre e publicamente.

Eliseu então agiu com a finalidade de demonstrar a poderosa natureza de Deus, ainda que cuidadosa, para todos aqueles que vieram a Ele em busca de ajuda. Ele passou mais tempo cuidando compassivamente do povo do que em conflitos contra o mal.

A Bíblia registra 18 encontros entre Eliseu e as pessoas necessitadas. Eliseu teve uma visão mais ampla e de maior alcance na vida do que a maioria das pessoas, porque reconheceu que em Deus havia mais bênçãos a favor da vida. Ele sabia que tudo o que somos e temos vem de Deus. Os milagres que aconteceram durante o ministério de Eliseu colocaram as pessoas em contato com o Deus pessoal e Todo-poderoso.

O ministério de Eliseu durou mais de 50 anos e teve um grande impacto sobre quatro nações: Israel, Judá, Moabe e Síria. Foi um homem íntegro que não tentou enriquecer-se à custa dos outros. Sua vida de oração permitiu que tivesse uma profunda e ampla visão do mundo, algo que só os que estão em plena comunhão com Deus podem usufruir (2Rs 6:8-23).

Através de Eliseu (2Rs 6.17) podemos ver que existe um mundo espiritual invisível, que consiste nas hostes de anjos ministradores, que estão ativos na vida do povo de Deus (Gn 32:1,2; Sl 91:11; Is 63:9).


Não se sabe exatamente em que época viveu e escreveu o autor de Jó, mas o hebraico clássico o situa numa data posterior a 1500 a.C. Era submisso à vontade divina em meio ao sofrimento. Esse patriarca tinha muito zelo pelo bem-estar espiritual de seus filhos, e orava a Deus para que os protegesse do mal e que experimentassem da parte de Deus a salvação e suas bênçãos.

• Jó era o homem mais rico de todo o Oriente

• Riqueza...7 mil ovelhas (roupas), 3 mil camelos (transporte), 1 mil bois (trabalho), 500 jumentas (leite), casas, terras, etc.....só sobrou 1 caco de telha e um monte de cinza.

• Saúde Física...2:7 feridas horríveis do pé a cabeça (não é possível determinar que doença atacou Jó – elefantíase,eczema,lepra, úlceras malignas)

• Fisionomia...2:12 ficou irreconhecível

• Agonia...2:13 seus amigos ficaram sete dias sem falar uma única palavra (De acordo com a tradição judaica, a pessoa que confortava alguém em luto não deveria falar até que o enlutado o fizesse) (é melhor o silêncio e a oração)

• Apetite...3:24 trocou o apetipe pelo choro (o choro “pode” durar uma noite, mas, a alegria vem pela manhã)

• Vermes...7:5 corpo coberto de bichos

• Respiração...9:18 não conseguia respirar

• Olheiras...16:16 olheiras fundas (17:17...estou ficando cego de tanto chorar) (Davi disse o mesmo, por seus amigos havia dito que Deus havia lhe abandonado. Sl 6:7)

• Mau hálito...19:17 nem a sua mulher tolerava

• Magro...19:20 só pele e osso (as pessoas chegaram a dizer que o seu estado de magreza era porque ele estava em pecado 16:8)

• Febre alta...30:30 seu corpo estava empretando

Riqueza... 14 mil ovelhas (roupas), 6 mil camelos (transporte), 2 mil bois (trabalho), 1.000 jumentas (leite).

Salmos
Salmos significa ‘cânticos’. A palavra hebraica correspondente, “mizmor”, e significa um cântico vocal ou instrumental.

Os Salmos são uma coletânea de hinos e poemas que foram reunidos, na sua atual estrutura, após o cativeiro da Babilônia, muito provavelmente por Esdras ou no seu tempo.

Uma prova de que os Salmos são uma coletânea é o fato de terem vários autores. Nem todos os salmos têm a autoria indicada, mas boa parte deles indica quem é seu autor.

Apenas 102 salmos que têm indicação de autor.

Davi é o autor de 74 salmos (49%).

Asafe é autor de 12 salmos (8%).

Os filhos de Core são autores de 11 salmos (7%).

Moisés é autor do salmo 90 (0,6%)

Hemã é autor do salmo 88 (0,6%)

Eta é autor do salmo 89 (0,6)

Salomão é autor de dois Salmos 72 e 127 (1,3%).

48 salmos não têm indicação de autoria (32%).

Nos salmos vemos que sacrifício e oração seriam feitos juntos (Sl 50:7-15; 55:14).

Muitos salmos são marcantes pela maneira em que perguntas pessoais são reconhecidas ou mesmo discutidas com Deus até que a pessoa que estava orando chega a uma resolução final do conflito através da oração (Sl 73:1).

Há uma combinação da padronização e espontaneidade nas orações descritas nos salmos. Juntamente com as mais formais orações do santuário (Sl 24:7 à 10 – Sl 100 – Sl 150) há orações solicitando:

* Perdão (Sl 51)

* Comunhão (Sl 63)

* Proteção (Sl 57)

* Cura (Sl 6)

* Vindicação (Sl 109)

* Louvor (Sl 103)

* Combinação de sacrifício e oração (Sl 54:6 – 66:13 e segs)

Asafe: um líder de um dos coros levíticos do Templo nos dias de Davi (1Cr 25.1).

Ele reuniu os Sl 73 a 83, mas pode não ter escrito todos eles. No Salmo 73, Asafe explicou que, até entrar no santuário de Deus, não podia entender a justiça que permitia que o ímpio prosperasse, enquanto o justo suportava o sofrimento.

O salmista Asafe dizia não desejar ninguém senão a Deus (Sl.73:25). Ele, que quase havia se desviado dos caminhos do Senhor por ter deixado de buscar a presença do Senhor onde Ele estava, isto é, no santuário, agora admitia que não deveria desejar nada mais do que a Deus, tanto no céu quanto na terra. Este desejo de ter a Deus e a mais ninguém é que o levava a se aproximar de Deus e achar isto bom (Sl 73:28).

Não se busca a Deus se não se sentir atraído por Deus, se não se deixar atrair pelo Senhor, ou seja, se não tiver amor a Deus e reconhecer a sua soberania.

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