sábado, 8 de janeiro de 2011

A Importância da Oração na Vida do Crente

INTRODUÇÃO
Importância: Qualidade do que é importante. Destaque em uma escala comparativa; valor, mérito, interesse.

O problema não é que não saibamos orar, mas que nossas circunstâncias são tais que não sabemos pelo que orar.
Orar nem sempre é gratificante para a natureza humana, para a carne.
Há coisas que nos dão mais prazer do que orar. Mas a oração é um dever.
A natureza humana não é propensa à oração.

Uma das coisas que mais incomoda a Satanás é ver um homem ajoelhado em seu quarto, buscando a Deus em oração e súplica. Paulo disse: “Não estejais inquietos por coisa alguma; antes as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus pela oração e súplica, com ação de graças” (Fp 4:6).

Adoniram Judson costumava passar muito tempo orando de madrugada e de noite. Diz-se que gozava da mais íntima comunhão com Deus enquanto caminhava apressadamente. Os filhos, ao ouvirem seus passos firmes e resolutos dentro do quarto, sabiam que seu pai estava levando suas orações ao trono da graça. Seu conselho era: “Planeja os teus negócios se for possível, para passares duas a três horas, todos os dias, não só em adoração a Deus, mas orando em secreto” (Heróis da Fé).

Certa vez Martinho Lutero tinha que comparecer a uma grande reunião convocada pelo imperador Carlos V. Essa reunião deu-se na cidade de Worms, na Alemanha, em 1521. O motivo da Assembléia eram os escritos de Martinho Lutero. As pessoas estavam interessadas em conhecer aquele homem, que havia se levantado contra os ensinamentos da Igreja Católica. “(...) sabendo que tinha de comparecer perante uma das mais imponentes assembléias de autoridades religiosas e civis de todos os tempos, Lutero passou a noite anterior em vigília. Prostrado com o rosto em terra, lutou com Deus, chorando e suplicando. Um dos seus amigos ouviu-o orar assim: ‘Oh, Deus todo-poderoso! A carne é fraca, o diabo é forte! Ah, Deus, meu Deus; que perto de mim estejas contra a razão e a sabedoria do mundo! Fá-lo, pois somente tu o podes fazer. Não é a minha causa, mas sim a tua. Que tenho eu com os grandes da terra? É a tua causa, Senhor, a tua justa e eterna causa. Salva-me, ó Deus fiel! Somente em ti confio, ó Deus! Meu Deus... Vem, estou pronto a dar, como cordeiro, a minha vida. O mundo não conseguirá prender a minha consciência, ainda que esteja cheio de demônios, e se o meu corpo tem de ser destruído, a minha alma te pertence e estará contigo eternamente(...).” (livro Heróis da Fé)

Naquela noite, durante aquela vigília de oração, Lutero venceu a guerra contra os seus inimigos. Por causa daquela noite em oração, no dia seguinte Lutero conseguiu permanecer firme na fé, desmascarando os enganos que cegavam a igreja do seu tempo. Hoje, se nós podemos experimentar a nossa liberdade em Cristo, devemos, em grande parte, ao tempo de oração que Martinho Lutero dedicou a Deus naquele ano de 1521. Lutero venceu a sua mais difícil batalha através da oração. Era comum que Lutero, quando tinha muitas tarefas para executar num determinado dia, orar uma hora a mais, além do tempo normal que costumava orar diariamente.

Oração: Segundo o Dicionário Teológico de Claudionor Corrêa de Andrade, oração é uma “prece dirigida pelo homem ao seu Criador.

Ação de graças: agradecimento; gratidão à Deus pelo que Ele tem feito por nós. A ingratidão é um inimigo sutil da alma, que conduz ao egoísmo (Rm 1.21; Sl 30.12; 69.30; 116.17).

Louvor e adoração: Deus, deve ser louvado e adorado em nossas orações. Nossas orações não devem ser frias e decoradas. Ao orarmos, deve brotar de nossos corações uma adoração profunda e sincera como acontecia com o salmista Davi (Sl 9.1,2; 18.1-3; 92,1-5; 145.1-3).

Intercessão: “encontrar-se” / “pleitear” / “interceder diante dele” / “apelar a” / “fazer intercessão” / “orar” (aparece 46 vezes no AT). Resume-se no ato de pedir a Deus em favor de outrem. Ao orarmos, não devemos chegar primeiro com aquela “lista” enorme de pedidos pessoais, devemos pedir pelas outras pessoas também, pois isto demonstra amor e misericórdia diante de Deus. Lembremo-nos, que “o Senhor virou o cativeiro de Jó, quando orava pelos seus amigos; e o Senhor acrescentou a Jó outro tanto em dobro a tudo quanto dantes possuía.” (Jó 42.10).

Súplica: é o ato de fazer humildes e intensos rogos pedindo o favor especial de Deus (I Rs 8.33,34; Sl 30.8).

Petição: As petições são os nossos pedidos pessoais, que podem ser os mais variados possíveis, é a nossa “lista” de necessidades, como citamos acima (Mt 6.32; Sl 40.17; 107.41; Fp 4.19).

ORAÇÃO & TEMPO
O maior inimigo da oração é o tempo. Não o tempo que sobra, o tempo jogado fora, mas o tempo com qualidade, tempo para contemplação meditação e reflexão. Sem pressa, sem interrupção.

Vida particular: Reuniões, almoços, telefonemas, e-mail, viagens de negócios, convenções, televisão, internet, jornais, revistas, trocar as crianças, buscá-las na escola, levá-las ao médico, limpar a casa, cuidar do jantar, fazer compras, ir banco, levar o gato ao veterinário, lavar o cachorro, etc... Quantos que, enquanto a igreja está reunida, vão aos clubes e outros locais de duvidoso lazer. Mas a perda de tempo é evidente na vida de muitos que se dizem cristãos.

Na igreja: Aconselhamentos, reuniões na igreja, visitas a doentes, enterros, casamentos, festas, organizações, preparar o sermão, preparar a lição da EBD, etc...

Conselho: Seja você um executivo, uma dona-de-casa ou um pastor, você provavelmente sente a pressão do tempo em seu dia-a-dia e vive correndo contra o relógio. Se este for seu caso, talvez seja a hora de você buscar o importante e adiar o urgente, pois o relacionamento com Deus exige tempo. Tempo para orar e para ouvir. Tempo sem pressa e sem interrupção. A oração e o tempo com Deus são essenciais para nossa vida. É fundamental diminuirmos o ritmo e encontrarmos tempo para estar com Deus quando nos vemos atropelados por nossas atividades diárias. Afinal, somos ocupados demais para deixar de orar!!! Desde o nascimento aprendemos as regras da autoconfiança enquanto nos esforçamos e batalhamos para ganhar auto-suficiência. A oração vai contra estes valores profundamente estabelecidos. É um atentado à autonomia humana, uma ofensa à independência do viver. Para as pessoas que vivem apressadas, determinadas a vencer por si mesmas, orar é uma interrupção desagradável. A oração não faz parte de nossa orgulhosa natureza humana.

A ORAÇÃO ESTREITA A COMUNHÃO COM DEUS
Andar ansioso por qualquer motivo parece ser um mal desses dias atribulados. O que Deus realmente reprova é a ansiedade ou a preocupação angustiosa da pessoa, revelando sua falta de fé. O melhor remédio para a preocupação é a oração. Nessa estreita comunhão, recebemos misericórdia, graça e ajuda em tempos de necessidade (Hb 4.16). Sem oração não há comunhão com Deus.

A oração nos faz entender que Deus existe, é um ser real que pode e quer ouvir-nos.

Orar é falar com o Senhor, expondo nossa gratidão, adoração, necessidades e buscando socorro na hora da angústia (Sl 4:1; 46:1).

ORAÇÃO COM AÇÃO DE GRAÇAS
Devemos agradecer a Deus não apenas pelas respostas às nossas orações, mas também pelas orações que ainda não obtiveram resposta.“Em tudo dai graças...”(1Ts 5:18). A ingratidão é uma qualidade que não pode existir no servo de Deus, pois é uma demonstração de falta de reconhecimento da soberania de Deus nas nossas vidas, uma verdadeira expressão de rebeldia e de insubmissão por parte do homem em relação ao seu Criador e Senhor. A ingratidão é a expressão do egoísmo, da prevalência do “eu” na vida do ser humano. Assim, tudo que acontece na vida do ingrato é vista por ele como resultado do seu merecimento pela ingratidão.

JESUS DESTACA O VALOR DA ORAÇÃO

Exemplo de Jesus
- começava o dia com oração (Mc 1:35 )
- orava ao entardecer (Mc 6: 46,47)
- foi com oração que começou sua vida de trabalho (Lc 3:21)
- costumava passar a noite em oração (Lc 6:12)
- orava com seus discípulos (Lc 9:28)
- orava no Getsêmane (Mt 26:36)
- orava com seus seguidores (Lc 22:32)
- orou na cruz (Lc 23:34)
- chamou a atenção para o poder da oração (Mt 26:53)
- deixou a oração modelo conhecida como Pai Nosso (Mt 6:9-13

Lc 11.5-8 (curiosa parábola): Uma pessoa vai à casa do amigo, à meia-noite, pedir três pães emprestados. Jesus está querendo ensinar dois fatores. Primeiro, acreditar que o amigo era o meio para a solução do problema, que tinha os pães e que iria atendê-lo; segundo, ser persistente, perseverante, fazendo constranger o coração do benfeitor, como conclui o verso 8: se o amigo não se levantar para atender, levando em conta a amizade, o fará por causa da importunação, atendendo prontamente.

Paulo... não se cansava de orar e de pedir oração em favor da obra do Senhor. Com cerca de 65 anos de idade, com mais de 30 anos de Ministério, preso em Roma(Cl 4:3) (também esteve preso 2 anos em Cesaréia), sem salário fixo, sem plano de saúde, morando numa casa alugada(At 28:30), aguardando julgamento, e sabendo que o juiz seria o Imperador Nero, Paulo tinha muitos motivos para pedir orações. Porém, ele pediu apenas por um problema: “para que possa cumprir sua Missão de Pregar o Evangelho”(Ef 6:18-20).

Pedro... Em At 12:1-17, foi registrado que Herodes exercia uma forte perseguição contra os cristãos e mandou prender Pedro, que ficou sendo vigiado por 16 soldados. A Igreja orava continuamente. O que me impressiona nessa história é que, antes mesmo de a oração cessar, a resposta foi enviada. Pedro retornou são e salvo.

O ESPIRITO SANTO É INTERCESSOR
O E.S. que em nós habita nos auxilia em nossas orações, fazendo-nos pedir o que convém, capacitando-nos a rogar de acordo com a vontade de Deus. A oração eficaz é aquela que tem o E.S. como seu autor. Sem o auxílio do Espírito jamais oraríamos como convém.

O ESPIRITO SANTO NOS SOCORRE NA ORAÇÃO
O ES nos fortalece em nosso estado de fraqueza, do que somos constantemente conscientes. Ele intercede no íntimo do crente, na terra. Muitas vezes, a situação é tão desesperadora que o crente perde-se em palavras desconexas. É nesse momento que o nosso Ajudador entra com ‘gemidos’, intercedendo juntamente com os gemidos que procedem do coração do crente. Os desejos e anseios espirituais dos crentes têm sua origem no Espírito Santo, que habita em nosso coração. O ES suspira, geme e sofre dentro de nós, ansiando pelo dia final da redenção (Rm 8.23-25).

O ESPIRITO SANTO HABITA NO CRENTE
Se nosso corpo é templo do ES, o mesmo nunca deve ser profanado por qualquer impureza ou mal, pelo contrário, devemos viver de tal maneira que glorifiquemos e agrademos a Deus em nosso corpo.

Em primeiro lugar, o Espírito Santo vindo habitar no crente, faz com que ele inicie um contínuo processo de santificação. A cada dia, o Espírito Santo faz-nos viver segundo a vontade de Deus, não mais segundo a nossa própria vontade. O velho homem seja crucificado (Gl 2:20). Não andamos mais segundo a carne, ou seja, segundo estes desejos de nossa natureza pecaminosa, evitando praticar a iniqüidade e o mal. Isto só é possível porque passamos a nos inclinar para as coisas do espírito, a fim de agradar a Deus (Rm 8:5-13). “A perseverança na oração permite-nos a mantermos uma vida de Santidade” (padre disse isso).

Em segundo lugar, faz com que desejemos, cada vez, que o nome de Jesus cresça em nós e que nós diminuamos (João 3:30). O E.S. tem como finalidade a glorificação do nome de Jesus (João 16:14) e, se nós permitimos que Ele habite em nós, consequentemente, também glorificamos a Jesus(Mt 5:16). Não sejamos, portanto, egoístas.

Em terceiro lugar, traz-nos a garantia e a certeza da nossa salvação. E.S. testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus. E.S. dá testemunho de nossa comunhão com Ele.

REVERENTEMENTE
 A reverência para com Deus é um princípio bíblico (SI 96.9; 132.7; Mt 4.10; 1 Tm 1.17). Devemos levar em consideração a reverência não somente na oração, mas também no servir a Deus (Ec 3:14; Hb 12.28,29). Os anjos velam o rosto em Sua presença. Os querubins e os serafins aproximam-se de Seu trono com solene reverência(Is 6:2-3).

Em 2Cr 6:13 a postura de Salomão ao orar ao Senhor, quando da dedicação do Templo. Ajoelhado e de forma referente proferiu uma das mais lindas orações que temos na Bíblia(6:14-42), a qual Deus respondeu imediatamente (2Cr 7:1).

“Para o crente humilde, a casa de Deus na Terra é como que a porta do Céu… Se os crentes, ao entrarem na casa de oração, o fizessem com a devida reverência, lembrando-se de que se acham ali na presença do Senhor, seu silêncio redundaria num testemunho eloqüente. Os cochichos, risos e conversas, que se poderiam admitir em qualquer outro lugar, não devem ser sancionados na casa em que Deus é adorado”. (Ec 5:1-3)

HONESTAMENTE
Honestidade é uma característica de uma pessoa que é decente, que é honrado, que é moralmente irrepreensível. Ser um cidadão honesto significa ser uma pessoa confiável, que tem zelo pelo seu nome e pela sua palavra.

“Andemos honestamente, como de dia, não em glutonaria, nem em bebedeiras, nem em desonestidades, nem em dissoluções, nem em contendas e invejas”(Rm 13:13).

Para a Bíblia um bom nome é considerado algo muito precioso – “Mais, digno de ser escolhido é o bom nome do que as muitas riquezas...”(Pv 22:1). Ser honesto, contudo, está no rol das virtudes necessárias para alguém que “deseja o episcopado” - “Convém, pois, que o bispo seja irrepreensível, marido de uma mulher, vigilante, sóbrio, honesto, hospitaleiro, apto para ensinar”(1Tm 3:2).

Na Igreja Primitiva os cristãos eram ensinados a andar em honestidade. O Apóstolo Pedro ensinava: “Amados, peço-vos, como a peregrinos e forasteiros, que vos abstenhais das concupiscências carnais, que combatem contra a alma, tendo o vosso viver honesto entre os gentios...”(1Pe 2:11-12).

O cristão que vive em honestidade é incapaz de mentir, de enganar, de prometer e não cumprir, pois, ele tem zelo pela sua palavra.

Paulo diz: “Pois zelamos o que é honesto, não só diante do Senhor, mas também diante dos homens” (1Co 8:21). “A ninguém torneis mal por mal; procurai as coisas honestas, perante todos os homens”(Rm 12:17).

É preciso viver em honestidade e desta atitude depende as respostas de nossas orações (1Jo 3:19-22; Jo 15:7; 8:37). A honestidade diante de Deus é crucial. Quantos casamentos em que o divórcio foi trocado pela oração. Ou, se pediram oração, não foram honestos. Freqüentemente, as pessoas não pedem ajuda porque ficam envergonhadas em admitir que precisam disso ou não querem incomodar ninguém com seus problemas.

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