segunda-feira, 24 de maio de 2010

Lição 9

ESPERANDO CONTRA A ESPERANÇA

Objetivo: Mostrar aos crentes que aqueles que esperam nos Senhor terão suas forças renovadas, e, mesmo como uma árvore cortada, poderá, ao seu tempo, frutificar.

INTRODUÇÃO
O julgamento sobre Judá seria inevitável. Diante da calamidade, o profeta teria motivos para desesperar-se. Mas, conforme estudaremos na lição de hoje, ele adotou uma atitude de esperança. Nos dias atuais, veremos, nesta aula, que, do mesmo modo, temos fundamentos, em Cristo, para esperar um futuro promissor.

1. O DESESPERO JUDAICO
O capítulo 30 de Jeremias, de acordo com alguns estudiosos, destaca o período próximo ao exílio, por volta do ano 587 a. C. A calamidade já havia se instaurado sobre a nação e o povo havia perdido a esperança. O profeta que até então havia vaticinado o julgamento, passa, nesse momento, a mostrar que ainda há esperança. Ele destaca que o cativeiro servirá de lição para aqueles que se distanciaram do Senhor (Jr. 30.1-3). O tempo de angústia, na condição profética, nunca é o fim, mas um prelúdio para dias melhores que virão no futuro (Am. 5.19,20; Sf. 1.14-18). O Israel de hoje já começa a desfrutar das promessas que alcançarão sua plenitude durante o Milênio, no qual Cristo estará reinando com Sua igreja (Ap. 20.2-7). Por esse tempo, todas as profecias elencadas no Antigo Testamento, que dizem respeito a Israel, se cumprirão. Já temos atualmente um Estado de Israel, criado, maravilhosamente, em um só dia (Is. 66.8). No dia 14 de maio de 1948 a criação desse Estado foi proclamada. O povo judeu passou por muitos sofrimentos ao longo da sua história. Um dos mais marcantes foi o da perseguição durante o período da Segunda Guerra Mundial. Hitler exterminou mais de 6 milhões de judeus. Mas esse povo não foi esquecido de Deus, há promessas que se cumprirão no futuro (Rm. 11). Haverá o dia no qual eles reconhecerão que Jesus é o Rei dos reis e Senhor dos senhores, e, então, a redenção judaica será plena, essa é a esperança do povo judeu.

2. O DESESPERO HUMANO
O desespero, entretanto, não é uma especificidade dos judeus. A sociedade moderna está toldada por esse sentimento. As pessoas não sabem mais em quem ou em que esperar. Os sonhos da humanidade, de certo modo decorrentes do período pós-guerra, esmaeceram. As expectativas de progresso se dissiparam com a explosão das bombas atômicas da Guerra. O ser humano perdeu a esperança no próprio homem, e o mais triste, no próprio Deus. A voz do desespero humano pode muito bem ser ecoada a partir das reflexões do filósofo Nietzsche. Ele entendeu que estávamos diante de uma geração anticristã. Ele mesmo constatou a morte de Deus, isto é, que a humanidade não mais vivia a partir dos pressupostos cristãos. Testemunhamos, como resultado do desespero humano, a angústia e mais uma série de mazelas que acompanham a sociedade. Não há mais absolutos, por esse motivo, todos vivem a partir de um relativismo extremado. Cada um faz o que pensa e o que acha que é melhor para as suas vidas. Como Deus está “morto”, cada um tenta dar sentido à sua vida a partir da esfera material. Nunca o ser humano valorizou tanto o material em detrimento do espiritual. O dinheiro – Mamon – está entronizado no coração das pessoas. A depressão tornou-se uma mal recorrente que se alastra em todas as camadas sociais. A morte tornou-se um fim em si mesmo, a existência humana está reduzida ao corpo físico, que, neste contexto, se transformou em objeto de culto. A eternidade dura apenas enquanto o corpo consegue se manter saudável e com boa aparência. Alguns filósofos recentes retrataram com maestria essa condição, dentre eles destacamos Jean Paul Sartre e Albert Camus. Entre eles, um cristão, Soren Kierkegaard, lançou, no absurdo da fé, o escape contra o desespero.

3. A ESPERANÇA CRISTÃ
A esperança cristã, no entanto, não se fundamenta no absurdo, mas na confiança no Senhor (Mt. 12.21; Rm. 15.12). Seguindo a instrução de Paulo, nós, os cristãos, diferentemente da sociedade moderna, não devemos pôr nossa esperança na riqueza (I Tm. 6.17). Antes na ressurreição do Senhor Jesus, por meio do qual podemos enfrentar o futuro com confiança (Rm. 8.24,25; I Co. 15.19). Tal expectativa (Hb. 11.1) fundamenta-se em Deus (I Tm. 4.10) e no Senhor Jesus Cristo (I Pe. 1.13). A esperança do Cristo é a alegria da glória (Rm. 5.2), pois essa jamais nos desapontará (Rm. 5.5). A esperança cristã está direcionada para o futuro, para o que não se vê, pois quando já vemos, a esperança perde sua razão de ser (Rm. 8.24). A grande esperança da igreja é a volta de Cristo (Tt. 2.13), a ressurreição dos mortos (At. 23.6), a salvação eterna (Rm. 8.20,21; Gl. 5.5; Ef. 1.18; Tt. 1.2; 3.7). Quando isso acontecer, estaremos com o Senhor, a esperança da glória (Cl. 1.27; I Tm. 1.1). A esperança cristã está alicerçada nas Escrituras (Rm. 15.4), por meio do sacrifício de Jesus (I Pe. 1.3,21) e pela presença do Espírito Santo (Rm. 5.5). Deus requer, dos cristãos, que se revistam da esperança (I Ts. 5.8) e, ao mesmo tempo, que estejam prontos a partilhá-la com os outros (I Pe. 3.15).

CONCLUSÃO
Aqueles que se distanciam do Senhor, de fato, não têm motivos para ter esperança (Ef. 2.12). A igreja, porém, mesmo diante do desespero, tem fundamento para esperar. Isso porque antes de partir, disse Jesus aos seus discípulos: “Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito. Vou preparar-vos lugar. E quando eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também” (Jô. 14.1-3). Eis o fundamento da esperança cristã.

BIBLIOGRAFIA
HARRISON, R. K. Jeremias e Lamentações. São Paulo: Vida Nova, 1980.
LONGMAN III, T. Jeremiah & Lamentations. Peabody, Mass: Hendrickson, 2008.

Fonte: www.subsidioebd.blogspot.com

terça-feira, 18 de maio de 2010

Lição 8

O PODER DA VERDADEIRA PROFECIA


Objetivo: Alertar aos cristãos quanto ao uso apropriado do dom de profecias, bem como a utilizar os critérios bíblicos para julgar as falsas profecias.

INTRODUÇÃO
Nessa lição, estudaremos a respeito do valor da verdadeira profecia. Para tanto, definiremos, no início do estudo, a profecia bíblica. Em seguida, contextualizaremos o texto bíblico em foco, que aponta Hananias como um falso profeta. Essa análise servirá na análise das falsas profecias. Ao final da lição, abordaremos o uso do dom espiritual da profecia na igreja.

1. DEFININDO A PROFECIA BÍBLICA
No Antigo Testamento, a palavra profecia é naba, cujo sentido primário é “anunciar” ou o de “ser chamado”. O fenômeno da profecia não se limitava a Israel, já que os profetas de Baal, no Carmelo, também profetizaram (I Rs. 19.29). Mas tais profecias não tinham o aval divino. O Deus de Israel chama seus profetas para denunciar os erros dos governantes, ainda que esses tenham o apoio de falsos profetas ( I Rs. 22.1-28). Os profetas Jeremias e Ezequiel também se posicionaram contra aqueles que profetizavam de acordo com os intentos pessoais (Jr. 14.14-16. Ez. 11.4; 13.2). Diferentemente dos falsos profetas, o verdadeiro profeta não fala de si mesmo, mas em nome do Senhor. Para evitar que o povo fosse conduzido pelo engano, fazia-se necessário testar as profecias, avaliar se as palavras provinham do Senhor (Dt. 18.21,22; 13.1-3) e se a vida do profeta condizia com o que proclamavam (Jr; 23.9-13). No Novo Testamento, a profecia, propheteia em grego, é uma predição a respeito do futuro, ainda que, em sentido amplo, se refira a todo e qualquer anúncio feito a partir de Deus (Ap. 19.10; 11.6). Há citações constantes, ao longo do Novo Testamento, às profecias do Antigo Testamento (Mt. 13.14; II Pe. 1.10,20; Jd. 14). João Batista (Lc. 1.76) e Jesus (Mt. 21.11; Jo. 4.44) são reconhecidos como profetas. Mas existem outras menções a profetas no Novo Testamento, tais como Judas e Silas, que encorajavam os irmãos (At. 15.32) e Ágabo que predizia o futuro (At. 21.10,11).

2. HANANIAS, UM FALSO PROFETA
Jeremias, por volta do ano 594 a C., teve um encontro com um falso profeta que estava animando e consolando o povo, com palavras de paz. Seu nome era Hananias e se destacava por não levar a sério a proclamação de juízo de Jeremias. O Profeta estava ciente da verdade em suas palavras, pois havia sido o próprio Senhor que havia falado. O cumprimento cabal da mensagem profética iria demonstrar, àquele falso profeta e a todo o povo descrente, que Deus velava pelas suas palavras para cumpri-las. A resposta de Jeremias, à incredulidade do falso profeta, foi sarcástica, disse ele: “Amém! Assim faça o Senhor; confirme o Senhor as tuas palavras, que profetizaste, e torne ele a trazer os utensílios da casa do Senhor, e todos os do cativeiro de Babilônia a este lugar” (v. 6). Dentro de poucos dias o povo de Judá estaria debaixo do jugo de Nabucodonozor, o rei da Babilônia. Aqueles que falam em nome do Senhor, em conformidade com a Sua Palavra, não precisam se exasperar, basta apenas esperar, pois passará os céus e a terra, mas não a Palavra que o Senhor falou (Mc. 13.31). No caso específico de Hananias, sua incredulidade resultou em ruína e sua morte foi iminente. O julgamento imediato de uma pessoa, com a morte imediata, como aconteceu com os seguidores de Coré (Nm. 16), Uzá (II Sm. 6), Hananias (Jr. 28.17), Pelatias (Ez. 11.13) e Ananias e Safira (At. 5.1-11) não pode ser generalizada, mas também não pode ser descartada, pois o Senhor, em Sua soberania, age como quer. Essa verdade deve motivar à obediência, afinal, “horrenda coisa é cair nas mãos do Deus vivo” (Hb. 10.31).

3. O DOM ESPIRITUAL DE PROFECIA
Em I Co. 14 Paulo elenca os dons espirituais que atuam na igreja, com vistas à edificação do Corpo de Cristo. Dentre eles o da profecia, o qual recebe certa singularidade, haja vista sua função espiritual, comparada a de falar línguas, uma vez que quem fala línguas edifica apenas a si mesmo, e quem profetiza edifica toda a igreja (I Co. 14.1-4). Ainda assim é necessário que o dom profético seja manifestado com decência e ordem. Entre os que profetizam apenas dois ou três podem falar, e devem saber que a profecia está sujeita a julgamento. Como os bereanos, os crentes, na igreja, devam julgar a profecia à luz da palavra de Deus (At. 17.11). Isso porque existem profecias que partem dos próprios sentimentos humanos (At. 21.4,12). Alguns princípios devam ser observados em relação ao dom de profecia: 1) qualquer crente que tenha experimentado o enchimento do Espírito pode profetizar (At. 2.16-18); 2) a igreja não deve ter o dom profético como infalível (I Jô. 4.1; I Ts. 5.20,21); 3) toda profecia precisa ser avaliada pela Palavra de Deus e contribuir para a santificação da igreja; e 4) a direção do Espírito, através da profecia, é dada à igreja (I Co. 12.11). Portanto, urge que a igreja valorize os dons espirituais, principalmente o da profecia. Nesses tempos materialistas, há igrejas que não mais se importam com os dons espirituais. A esse respeito é válida a recomendação de Paulo: “Não extingais o Espírito” (I Ts. 5.19). Mas é preciso também atentar para o fruto do Espírito, pois o amor é o caminho sobremodo excelente (I Co. 13) e o andar no Espírito uma instrução para todo crente (Gl. 5.22).

CONCLUSÃO
Existem profecias que são falsas e verdadeiras. O Espírito Santo, porém, não é Deus de confusão. Por essa razão, não precisamos fugir das profecias dadas pelo Senhor. Antes devemos buscar com zelo os dons espirituais, dentre eles o de profetizar. Em relação às falsas profecias, como Jeremias, precisamos estar atentos à voz de Deus. Quando conhecemos a revelação de Deus, as profecias falsas são facilmente identificadas. As profecias verdadeiras, por sua vez, atuam poderosamente sobre a igreja, exortando, consolando e edificando os crentes (I Co. 14.3).

BIBLIOGRAFIA
HARRISON, R. K. Jeremias e Lamentações. São Paulo: Vida Nova, 1980.
LONGMAN III, T. Jeremiah & Lamentations. Peabody, Mass: Hendrickson, 2008.

Fonte: www.subsidioebd.blogspot.com

Lição 7

O CUIDADO COM AS OVELHAS

Objetivo: Alertar os obreiros para o cuidado em relação às ovelhas de Cristo, o Bom Pastor, a fim de não serem envergonhados quando se apresentarem perante Ele.

INTRODUÇÃO
O pastorado moderno se transformou numa profissão. A maioria dos pastores atuais perdeu o senso de vocação. A lição de hoje visa corrigir esse equívoco, e mostrar que, já no tempo de Jeremias, existiam pastores que não apascentavam o rebanho. Em seguida, destacaremos algumas instruções às quais os pastores do Senhor devam atentar na condução das ovelhas. Ao final, apontaremos para Jesus, o Exemplo Maior de um Bom Pastor.

1. PASTORES QUE NÃO APASCENTAM
No Antigo Testamento, era o ra’ah, cujo sentido primário é o de “alimentar”, “dar pastagem”. Os pastores são os líderes de modo geral (I Rs. 22.17; Ez. 34.5; 37.24; Zc. 11.16; 13.7). Deus se revela, em Sl. 23.1; 80.1; Is. 40.11; Jr. 31.10, como o pastor de Israel. No Novo Testamento, pastorear vem de poimen, substantivo que significa, como em hebraico, “apascentar, alimentar”. Em Ef. 4.11, os pastores são apresentados como dádivas ministeriais de Cristo para a edificação da igreja. Infelizmente, nem todos os pastores se adequam ao modelo bíblico. Apascentam apenas a si mesmos, não têm qualquer cuidado pelo rebanho. Nestes dias difíceis, o pastorado está sendo confundido com uma profissão. Os pastores exploram as ovelhas, extorquem suas peles a fim de satisfazerem suas ganâncias pessoais. Os pastores de Judá, ao invés de darem o exemplo, tornaram-se falsos líderes (Jr. 23.1,8; 10.21). No tempo de Jeremias, os pastores não conduziram sabiamente o rebanho de Deus. Eles perderam a misericórdia e passaram a explorar as ovelhas. Os líderes, guiados pela idolatria, tornaram-se responsáveis diretos pelo julgamento iminente. O termo pastor, no contexto da passagem, se refere a toda liderança de Judá. Os reis, os sacerdotes e os profetas, todos eles deveriam se portar decentemente perante o povo, ele, no entanto, fizerem um pacto para desobedecer ao Senhor, e pior que isso, justificaram que tudo o que faziam era a vontade Deus. Hoje, do mesmo modo, há pastores que tudo fazem, até mesmo vão de encontro à Palavra de Deus, justificando que estão agindo em prol do “reino de Deus”.

2. O CUIDADO COM AS OVELHAS DO SENHOR
O pastor, de acordo com a própria etimologia da palavra, deve alimentar e proteger as ovelhas. O alimento que verdadeiramente nutre o rebanho é a Palavra de Deus. Infelizmente, os pastores estão substituindo essa refeição saudável por fast foods industrializados. Algumas igrejas evangélicas estão desnutridas, ainda que haja aparência de saúde. Isso porque os pastores não levam mais a palavra para os púlpitos. As mensagens de auto-ajuda, as histórias infundadas e os tristemunhos assumiram a proeminência na igreja. Para que o povo não se ausente da congregação, os pastores estão fazendo concessões. Alguns citam Paulo, dizendo que é preciso se fazer de tolo para ganhar a todos. O Apóstolo dos Gentios, no entanto, nunca abriu mão do genuíno evangelho. Na verdade, opôs-se frontalmente a todo evangelho que não fosse o de Jesus Cristo (Gl. 1.7-9). Os pastores que cuidam das ovelhas do Senhor devem, primordialmente, ter compromisso com a Palavra de Deus. Além disso, é preciso que amem o rebanho do Senhor, saibam, conforme revelou Paulo em Éfeso, que não são donos das ovelhas, por ainda que usem da autoridade, não podem ser autoritários. Um pastor que não ama tende a controlar as ovelhas pela força e, não poucas vezes, a exagerar na dose, supervalorizando o poder em detrimento do amor. O resultado são relacionamentos superficiais, fundamentados no medo e que, não poucas vezes, resultam em abuso espiritual, e não poucas vezes, em doenças psicossomáticas.

3. JESUS, O EXEMPLO DE BOM PASTOR
O pastor vocacionado por Deus segue o exemplo de Cristo, o Bom Pastor (Jo. 10.1-9). Os falsos pastores não entram pela Porta (Cristo), mas sobe por outra parte. O pastor comprometido com a obra é aquele que olha para Cristo, desejando glorifica-lo, fazendo tudo no poder que Ele outorga, pregando Sua doutrina, andando em Seus passos e se esforçando para conduzir os pecadores a Cristo. Os falsos pastores entram no ministério motivados por interesses mundanos e pela auto-exaltação, não pelo desejo de exaltar a Jesus. Esses conseguem arrebanhar uma multidão de incautas, pessoas simples que, por não conhecer a Bíblia, torna-se presa fácil dos seus caprichos. Mas não acontece assim com as ovelhas de Cristo, pois elas ouvem a Sua voz, e, diferentemente dos impostores, não são induzidos ao erro. A mensagem central do pastor de Cristo, não é ele mesmo, pois não depende do marketing pessoal, mas a Cruz de Cristo, sem a qual o evangelho se descaracteriza. Quando alguém encontra um pastor, nos moldes de Jesus, encontra a verdadeira liberdade. Isso porque um pastor segundo Cristo não põe fardos pesados sobre as ovelhas que ele mesmo não é capaz de carregar. Um pastor semelhante a Cristo não folga ao ver a ovelha errante pelo deserto, antes a busca amorosamente a fim de trazê-la ao aprisco.

CONCLUSÃO
Os pastores são dádivas de Cristo para a edificação da igreja. Mas nem todos os que se dizem pastores o são no sentido bíblico do termo. Um verdadeiro pastor busca, primordialmente, alimentar o rebanho. Os movimentos evangélicos modernos estão descaracterizando esse significado. Por causa disso, nos deparamos, nos dias atuais, com pastores que se ufanam em seus cargos, investem intensamente na auto-exaltação e cuidam apenas dos seus interesses. Diante de desmandos tais, convém, nesses últimos dias, orar para que o Senhor envie obreiros genuínos para a Sua seara, compromissados, sobretudo, com o Evangelho de Cristo.

BIBLIOGRAFIA
HARRISON, R. K. Jeremias e Lamentações. São Paulo: Vida Nova, 1980.
LONGMAN III, T. Jeremiah & Lamentations. Peabody, Mass: Hendrickson, 2008.

Fonte: www.subsidioebd.blogspot.com

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Lição 6

A SOBERANIA E A AUTORIDADE DE DEUS

Objetivo: Mostrar que Deus, em Sua soberania inquestionável, trata as Suas criaturas como bem lhe aprouve, portanto, devemos aprender a submetermo-nos à Sua perfeita, boa e agradável vontade.

INTRODUÇÃO
Na aula de hoje estudaremos a respeito da soberania e autoridade de Deus. Primeiramente, analisaremos a visita de Jeremias à casa do oleiro. Essa visita servirá de instrução para que entendamos a soberania e a vontade de Deus. Ao final, destacaremos a relevância de observamos a vontade de Deus, haja vista ser essa boa, perfeita e agradável.

1. NA CASA DO OLEIRO
No capítulo 18, Jeremias recebeu uma instrução do Senhor a partir do trabalho do oleiro no manejo da argila. Essa era uma profissão bastante comum no Oriente Médio, nos tempos do Profeta. Na condução do seu trabalho, o oleiro dispunha de um par de pedra que circulavam atadas num eixo vertical; a inferior era girada pelo pé do oleiro e isto fazia com que a de cima também girasse a argila que estava no meio e recebia sua forma pelas mãos, à medida que a roda girava. Certamente Jeremias deva ter passado na casa do oleiro muitas vezes, mas, nessa ocasião especial, o Senhor lhe daria um ensinamento. O Profeta observou que, com freqüência, surgiam defeitos, fossem eles de forma, tamanho ou firmeza. Quando isto ocorria, o oleiro fazia uma massa informe do pote que estava fazendo e recomeçava sua tarefa, a fim de transformar a matério num recipiente útil. Através daquele ato, Jeremias ficou abismado com a capacidade do oleiro controlar o barro. Sem desistir, ele trabalhava o material até moldá-lo conforme seu intento. O Profeta aprendeu que Deus também tem o controle sobre o seu povo e dirige os destinos de acordo com Seus Planos (Rm. 9.19,20; 11.34). O ensinamento que aprendemos através da visita de Jeremias à casa do oleiro é que Deus também não desiste de nós. Nenhum fracasso em nossas vidas pode ser fatal, ainda que soframos as conseqüências dos pecados. Homens de Deus falharam, tais como Abraão, Moisés, Davi, Jonas e Pedro, mesmo assim, o Senhor os transformou em vasos úteis para a Sua obra.

2. A SOBERANIA E AUTORIDADE DE DEUS
Deus está no comando de todas as coisas, pois sustenta todas elas pelo Seu poder. A Confissão de fé de Westminster diz que “Desde toda a eternidade, Deus, pelo muito sábio e santo conselho da sua própria vontade, ordenou livre e inalteravelmente tudo quanto acontece”. A Bíblia confirma esse ensinamento ao ensinar que nenhum dos Seus planos podem ser frustrados (Jo. 42.2), e que Ele pode fazer tudo o que Lhe agrada (Sl. 115.3; 135.6) e que ninguém é capaz de resistir à Sua mão (Dn. 4.35). Tudo se encontra debaixo do Seu comando, os reis da terra (Pv. 21.1; Ap. 19.16); os acontecimentos humanos (Dn. 2,7; 4.17; Is. 55.11), os anjos de Deus (Cl. 1.16; I Rs. 22; Jo. 1.6; 2.1; Ne. 9.6; Ap. 4.18), os anjos rebeldes (Ef. 1.21; Fp. 2.10; Is. 45.22,23; I Rs. 22.19-22), e o próprio Satanás (Jô. 1.6; 2.1; Ap. 20.2). Mas isso não dispensa a doutrina bíblica do livre-arbítrio, pois Deus, soberanamente, permite que o ser humano responda à Sua vontade. Quando a Bíblia trata a respeito da predestinação, aborda-a em seu sentido coletivo, tanto em relação à Israel quanto à igreja (Ef. 1.11-13). Deus pode chamar as pessoas individualmente para o ministério, mas, para a salvação, deixa que elas decidam se querem se arrepender e crer no Filho Unigênito (Lc. 13.3; Jo. 3.16-18; 6.29; 11.40; 12.36). Somente através da fé o ser humano pode experimentar a salvação providenciada por Deus (At. 16.31; 17.30; 20.21), e essa fé, ao contrário do que afirma alguns teólogos, é nossa e não de Deus (Hb. 11.6; Rm. 3.22; 4.11,24; 10.9,14; I Co. 1.21; Gl. 3.22; Ef. 1.16; I Ts. 1.7; 4.14; I Tm. 1.16; Lc. 7.50; Rm. 4.5; Mt. 9.2).

3. SUBMETENDO-SE À VONTADE DE DEUS
Cabe ao ser humano, pela fé, responder à vontade de Deus. Por isso, Paulo, em Rm. 12.1,2, diz: “Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus”. Em consonância com essa passagem, devemos lembrar que, “todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito” (Rm. 8.28). A realização da vontade de Deus na vida do cristão, portanto, não é simplesmente uma imposição religiosa. Ela é boa, agradável e perfeita, não apenas para Deus, mas também para aquele que a observa. Por isso, há circunstância que não entendemos os propósitos de Deus, já que os pensamentos dEle nem sempre são os nossos pensamentos (Is. 55.7-9). Por essa razão, conforme instruiu Paulo aos crentes de Roma, temos a convicção que Deus está no comando de todas as coisas, mesmo aquelas que fogem de toda e qualquer compreensão. Ele está trabalhando na vida daqueles que responderam ao sacrifício de Cristo pela fé. Seu propósito maior é moldar nosso caráter a fim de que alcancemos o padrão para o qual Ele nos escolheu. Portanto, “aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até ao dia de Jesus Cristo” (Fp. 1.6). Que o Sábio Oleiro trabalhe em nosso caráter, ainda que, para isso, tenhamos que passar por adversidades. Alegra-nos saber que Ele, em todas as circunstâncias, está conosco, e principalmente, não desistiu de cada um de nós.

CONCLUSÃO
Deus é soberano, Ele pode tudo, e sabe o que faz. As limitações humanas não são capazes de abarcar a grandeza de Deus. Mas esse Deus grandioso, soberanamente, quer se relacionar com os seres humanos. Para tanto, deu-nos o livre-arbítrio a fim de que encolhêssemos, entre segui-lo ou rejeitá-lo. Todos aqueles que se dobram perante a vontade de Deus descobrem, surpreendentemente, que esse é o melhor lugar para permanecer. A vontade de Deus, mesmo quando incompreendida, é sempre boa, agradável e perfeita.

BIBLIOGRAFIA
HARRISON, R. K. Jeremias e Lamentações. São Paulo: Vida Nova, 1980.
LONGMAN III, T. Jeremiah & Lamentations. Peabody, Mass: Hendrickson, 2008.

Fonte: http://www.subsidioebd.blogspot.com/

sábado, 1 de maio de 2010

GRAVETOLATRIA OU GRAVETOMANIA?

GRAVETOLATRIA OU GRAVETOMANIA?


Antes de começar a escrever sobre isto, preciso dar uma definição pessoal de ambos os termos que intitulam este artigo. Evidentemente eles não existem na língua portuguesa, nem, que eu saiba, em outra língua qualquer... Tudo que sei é que isto veio à minha mente após algumas reflexões sobre algumas ocorrências relatadas por pessoas que tem como hábito freqüentar montes e lugares abertos para oração! As definições não são científicas ou teológicas, mas práticas, ou seja, numa linguagem coloquial:
GRAVETOLATRIA – Amor exagerado aos gravetos (neste caso, acesos ou incandescentes); apego à, ou veneração de.
GRAVETOMANIA – Mania de gravetos (neste caso, acesos ou incandescentes); mania de procurar por tais objetos em circunstâncias especiais, com reações especiais.

Particularmente, tenho muito prazer em orar em lugares diferentes e onde haja muita liberdade física. Gosto de participar de vigílias em chácaras, sítios, fazendas ou lugares abertos e ermos. Acho que há maior tranqüilidade e, consequentemente, maior possibilidade de concentração no ato de orar. Conta ainda, o fato de não incomodar vizinhos, visto que muitas igrejas estão localizadas em bairros residenciais e ladeadas por pessoas, que nem sempre professam a nossa fé, irritando-se com os barulhos gerados pelos cultos, principalmente quando estas são de confissão pentecostal.

Temos como grande exemplo disto o próprio Senhor Jesus que regularmente afastava-se dos grandes centros, dos lugares movimentados e da zona urbana, para ficar a sós com o Pai em oração.

Várias passagens bíblicas mostram-nos isto ocorrendo, inclusive com o mestre querendo afastar-se dos seus próprios discípulos para orar sozinho, mesmo que em várias outras circunstâncias costumasse orar juntamente com eles, como por exemplo, na noite de sua prisão e posterior julgamento (Mateus 26: 36-41). Você pode ainda conferir estes textos: Mateus 14: 23; Marcos 6: 46; Lucas 9: 29. Ainda há outras onde os apóstolos procederam da mesma forma. Portanto, retirar-se para orar, seja num monte ou mesmo numa planície, não é errado. Pelo contrário, pode ser bem melhor que orar num lugar onde teremos dificuldade de concentração e privacidade. O que ocorre, no entanto, é que, infelizmente, o hábito tem criado algumas distorções e interpretações equivocadas quanto ao propósito, ao método e aos efeitos deste tipo de prática de oração. Há os que acreditam que orar nos montes ou campos, torna a oração mais poderosa que dentro da igreja ou em seu próprio quarto, como também ensinou o Senhor Jesus: “Mas tu, quando orares, entra no teu aposento, e, fechando a tua porta, ora a teu Pai que está em oculto; e teu Pai, que vê secretamente, te recompensará”. (Mateus 6: 6); outros acreditam que as manifestações de Deus tornar-se-ão mais evidentes em locais afastados e outros que Deus se agradará mais disto além de ouvir mais rapidamente, já que não há nenhuma barreira entre o céu e eles. No segundo grupo, estão aqueles que valorizam demasiadamente as manifestações físicas da oração. São estes que andam preocupados com um “fenômeno” muitas vezes relatado como sendo a manifestação da glória de Deus: o aparecimento de gravetos incandescentes.

Por diversas vezes ouvi de pessoas que participam deste tipo de oração, geralmente em grupo: “Ahhh, pastor, é tão grande o poder de Deus nestes lugares, que a gente vê gravetos acesos... Os gravetos pegam fogo mesmo! Se isto não é poder e glória de Deus, então o que é??!” Algumas destas pessoas (senão a maioria), tornam-se tão obcecadas pelos tais gravetos, que a reunião de oração onde isto não acontece não é considerada uma boa e abençoada reunião de oração. Conheço vários irmãos que freqüentam estes lugares unicamente interessados em presenciarem este tipo de “manifestação”. O pior, é que isto tem gerado polêmicas, entraves e discussões acaloradas sobre a autenticidade e legitimidade dos tais “gravetos acesos”! Já vi irmãos se aborrecerem uns com os outros a ponto de se tornarem inimigos dentro de uma mesma igreja em função do tema. Pessoalmente devo dizer que nunca vi tais manifestações, e, sinceramente, sem qualquer hipocrisia, não tenho nem um pouco de curiosidade ou desejo de ver, até porque isto nada acrescentaria à minha fé ou a minha crença no Todo-Poderoso. Para mim com graveto ou sem graveto, com milagre ou sem milagre... Deus continua sendo Deus! Não vejo (e digo isto com toda sinceridade) em que isto pode edificar as pessoas ou lhes trazer benefícios espirituais.

É verdade que vemos manifestações maravilhosas de Deus em toda a Bíblia Sagrada, mas também é verdade que temos poucos relatos de fatos semelhantes. Mesmo assim, em todas as situações havia propósitos específicos e grandiosos, para momentos especiais nas vidas dos profetas, sacerdotes e mesmo da nação de Israel ou da igreja. Para não tornar-me demasiadamente extenso e cansativo à leitura, citarei rapidamente alguns casos assim: No Antigo Testamento encontramos o caso de Moisés quando apascentava as ovelhas de seu sogro Jetro. Deus queria falar com ele de forma a motivá-lo para uma gigantesca obra de fé, ao pedir que tirasse o povo de Israel, do Egito. Então o Senhor aparece numa sarça ardente, um pequeno arbusto que queimava, mas não se consumia. Não me aterei às várias e possíveis explicações científicas para isto, porque creio genuinamente no que diz a Bíblia a respeito. Encontramos também a ocasião em que Moisés passara quarenta dias e quarenta noites no monte Horebe, e, quando desceu, seu rosto resplandecia a ponto de ter que cobri-lo com um véu para apresentar-se ao povo (aquí o povo precisava ver e crer que Moisés encontrara-se realmente com Deus). Outra vez encontramos Deus manifestando-se através do fogo quando Salomão inaugura o grande templo que havia construído para o Senhor em Jerusalém (o fogo era sinal de aprovação de uma casa para a qual todos deveriam dirigir-se para adorá-lo), e ainda podemos citar o caso do profeta Elias quando clamou e o Senhor consumiu com fogo o holocausto diante dos assustados profetas de Baal (o profeta mostrava que o responsável pela chuva e pela fertilidade da terra era o Deus de Israel e não Baal). No Novo Testamento, onde estas manifestações pouco aparecem, lembro o caso do Dia de Pentecostes quando foram vistas pelos poucos (em torno de 120) membros da recém fundada igreja neotestamentária, “línguas repartidas, como que de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles” (Atos 2: 3). Neste caso, era preciso confirmar a profecia de Joel, para a plena fundamentação da igreja como participante da era da graça com todos os dons espirituais à disposição! Temos antes disto, o episódio da transfiguração onde as vestes do Senhor Jesus resplandeceram enquanto orava com seus discípulos. Após estes casos, praticamente não encontramos relatos semelhantes na Bíblia. Não há nenhuma narrativa, nem sequer nos casos citados acima, de gravetos acesos ou incandescentes em orações particulares ou de grupos nas escrituras.

Concluímos, portanto, que não há nada de edificante ou benéfico para nós com os tais gravetos que se acendem. Quero, contudo, ressaltar que acredito sim que Deus possa fazer gravetos acenderem, aliás, creio que um dia Deus fará o planeta ser incendiado a ponto de ser transformado numa nova terra. Creio que Deus seja criativo a ponto de fazer coisas que não se limitam à Bíblia, mas jamais confundirão ou serão sem propósito! Todavia, não encontro respaldo bíblico algum para esta doutrina ou modismo, nem vejo qualquer milagre ocorrendo por conta disto. O que vejo são crentes tornando-se meninos na fé e extremamente arrogantes por acreditarem serem melhores que os outros ao verem este tipo de “manifestação”, com exceção, claro, de alguns. É bom lembrar: para toda regra, há exceção! Então aconselho: esteja atento para não tornar-se um “gravetólatra”, ou um “graveto maníaco”, procurando freqüentar reuniões de oração mais interessado nessas visões mirabolantes (embora - raramente - possam ser reais), que realmente em orar buscando comunhão com Criador, intercessão pelos santos, familiares, amigos e almas carentes de Cristo! Vale a recomendação ao apóstolo Paulo:

“Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, mas logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino” (I Coríntios 13: 11)

Vivamos a fé verdadeira naquele que tudo pode, porém sem direcionar esta fé em propósitos irracionais, emocionais ou fantasiosos, por mais reais que sejam as manifestações! Glória ao Deus, que é um fogo consumidor! (Pr. Jesiel Freitas)