Objetivo: Alertar os obreiros para o cuidado em relação às ovelhas de Cristo, o Bom Pastor, a fim de não serem envergonhados quando se apresentarem perante Ele.
INTRODUÇÃO
O pastorado moderno se transformou numa profissão. A maioria dos pastores atuais perdeu o senso de vocação. A lição de hoje visa corrigir esse equívoco, e mostrar que, já no tempo de Jeremias, existiam pastores que não apascentavam o rebanho. Em seguida, destacaremos algumas instruções às quais os pastores do Senhor devam atentar na condução das ovelhas. Ao final, apontaremos para Jesus, o Exemplo Maior de um Bom Pastor.
1. PASTORES QUE NÃO APASCENTAM
No Antigo Testamento, era o ra’ah, cujo sentido primário é o de “alimentar”, “dar pastagem”. Os pastores são os líderes de modo geral (I Rs. 22.17; Ez. 34.5; 37.24; Zc. 11.16; 13.7). Deus se revela, em Sl. 23.1; 80.1; Is. 40.11; Jr. 31.10, como o pastor de Israel. No Novo Testamento, pastorear vem de poimen, substantivo que significa, como em hebraico, “apascentar, alimentar”. Em Ef. 4.11, os pastores são apresentados como dádivas ministeriais de Cristo para a edificação da igreja. Infelizmente, nem todos os pastores se adequam ao modelo bíblico. Apascentam apenas a si mesmos, não têm qualquer cuidado pelo rebanho. Nestes dias difíceis, o pastorado está sendo confundido com uma profissão. Os pastores exploram as ovelhas, extorquem suas peles a fim de satisfazerem suas ganâncias pessoais. Os pastores de Judá, ao invés de darem o exemplo, tornaram-se falsos líderes (Jr. 23.1,8; 10.21). No tempo de Jeremias, os pastores não conduziram sabiamente o rebanho de Deus. Eles perderam a misericórdia e passaram a explorar as ovelhas. Os líderes, guiados pela idolatria, tornaram-se responsáveis diretos pelo julgamento iminente. O termo pastor, no contexto da passagem, se refere a toda liderança de Judá. Os reis, os sacerdotes e os profetas, todos eles deveriam se portar decentemente perante o povo, ele, no entanto, fizerem um pacto para desobedecer ao Senhor, e pior que isso, justificaram que tudo o que faziam era a vontade Deus. Hoje, do mesmo modo, há pastores que tudo fazem, até mesmo vão de encontro à Palavra de Deus, justificando que estão agindo em prol do “reino de Deus”.
2. O CUIDADO COM AS OVELHAS DO SENHOR
O pastor, de acordo com a própria etimologia da palavra, deve alimentar e proteger as ovelhas. O alimento que verdadeiramente nutre o rebanho é a Palavra de Deus. Infelizmente, os pastores estão substituindo essa refeição saudável por fast foods industrializados. Algumas igrejas evangélicas estão desnutridas, ainda que haja aparência de saúde. Isso porque os pastores não levam mais a palavra para os púlpitos. As mensagens de auto-ajuda, as histórias infundadas e os tristemunhos assumiram a proeminência na igreja. Para que o povo não se ausente da congregação, os pastores estão fazendo concessões. Alguns citam Paulo, dizendo que é preciso se fazer de tolo para ganhar a todos. O Apóstolo dos Gentios, no entanto, nunca abriu mão do genuíno evangelho. Na verdade, opôs-se frontalmente a todo evangelho que não fosse o de Jesus Cristo (Gl. 1.7-9). Os pastores que cuidam das ovelhas do Senhor devem, primordialmente, ter compromisso com a Palavra de Deus. Além disso, é preciso que amem o rebanho do Senhor, saibam, conforme revelou Paulo em Éfeso, que não são donos das ovelhas, por ainda que usem da autoridade, não podem ser autoritários. Um pastor que não ama tende a controlar as ovelhas pela força e, não poucas vezes, a exagerar na dose, supervalorizando o poder em detrimento do amor. O resultado são relacionamentos superficiais, fundamentados no medo e que, não poucas vezes, resultam em abuso espiritual, e não poucas vezes, em doenças psicossomáticas.
3. JESUS, O EXEMPLO DE BOM PASTOR
O pastor vocacionado por Deus segue o exemplo de Cristo, o Bom Pastor (Jo. 10.1-9). Os falsos pastores não entram pela Porta (Cristo), mas sobe por outra parte. O pastor comprometido com a obra é aquele que olha para Cristo, desejando glorifica-lo, fazendo tudo no poder que Ele outorga, pregando Sua doutrina, andando em Seus passos e se esforçando para conduzir os pecadores a Cristo. Os falsos pastores entram no ministério motivados por interesses mundanos e pela auto-exaltação, não pelo desejo de exaltar a Jesus. Esses conseguem arrebanhar uma multidão de incautas, pessoas simples que, por não conhecer a Bíblia, torna-se presa fácil dos seus caprichos. Mas não acontece assim com as ovelhas de Cristo, pois elas ouvem a Sua voz, e, diferentemente dos impostores, não são induzidos ao erro. A mensagem central do pastor de Cristo, não é ele mesmo, pois não depende do marketing pessoal, mas a Cruz de Cristo, sem a qual o evangelho se descaracteriza. Quando alguém encontra um pastor, nos moldes de Jesus, encontra a verdadeira liberdade. Isso porque um pastor segundo Cristo não põe fardos pesados sobre as ovelhas que ele mesmo não é capaz de carregar. Um pastor semelhante a Cristo não folga ao ver a ovelha errante pelo deserto, antes a busca amorosamente a fim de trazê-la ao aprisco.
CONCLUSÃO
Os pastores são dádivas de Cristo para a edificação da igreja. Mas nem todos os que se dizem pastores o são no sentido bíblico do termo. Um verdadeiro pastor busca, primordialmente, alimentar o rebanho. Os movimentos evangélicos modernos estão descaracterizando esse significado. Por causa disso, nos deparamos, nos dias atuais, com pastores que se ufanam em seus cargos, investem intensamente na auto-exaltação e cuidam apenas dos seus interesses. Diante de desmandos tais, convém, nesses últimos dias, orar para que o Senhor envie obreiros genuínos para a Sua seara, compromissados, sobretudo, com o Evangelho de Cristo.
BIBLIOGRAFIA
HARRISON, R. K. Jeremias e Lamentações. São Paulo: Vida Nova, 1980.
LONGMAN III, T. Jeremiah & Lamentations. Peabody, Mass: Hendrickson, 2008.
Fonte: www.subsidioebd.blogspot.com
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