quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Lição 8

O PECADO DE DAVI E SUAS CONSEQUÊNCIAS

Texto Áureo: II Sm. 11.1
Leitura Bíblica em Classe: II Sm. 11.2,4,5,14-17
Objetivo: Mostrar que a resposta à tentação para pecar não é ignorá-la ou ser-lhe indiferente, mas invocar as promessas bíblicas pela fé em Cristo.

INTRODUÇÃO
Davi, o homem segundo o coração de Deus, se deixou levar por sua vaidade. E, como todos os homens, a exceção de Cristo, também pecou. Na lição de hoje extrairemos algumas lições a respeito desse triste episódio na vida de Davi. Inicialmente contextualizaremos o seu pecado, mostraremos as condições existenciais para que esse ocorresse. Em seguida trataremos especificamente a respeito do seu pecado e ao final, mostraremos as conseqüências do pecado de Davi a fim de extrairmos lições para a vida cristã.

1. O DESEJO DESENFREADO DE DAVI
O narrador bíblico diz, em II Sm. 11, que Davi estava em Jerusalém. Enquanto isso, seus subordinados se arriscavam na guerra contra os amonitas. Após a refeição, o rei fez sua sesta, e em seguida, caminhou pelo terraço do palácio, perambulando de um lado para outro, em inquietação extrema. Em sua posição estratégica, acima dos demais moradores da cidade, a tudo observava do alto até que seus olhos pairam na direção de uma mulher mui formosa que se banhava. Davi não levava em conta os sentimentos pessoais dela, por isso, numa atitude de abuso sexual, envia seus mensageiros a fim de se relacionar sexualmente com ela. É digno de destaque que o nome de Bate-Seba somente é citado depois dos primeiros versículos desse capítulo, isso porque, para Davi, ela, a princípio, não passava de uma mulher. Mas Bate-Seba, a mulher com a qual Davi se envolveu impulsivamente, engravidou, consequentemente, o rei ficou preocupado. A fim de encontrar uma saída, Davi chamou Urias, o heteu, para coabitar com Bate-Sete, sua esposa, a fim de que a gravidez fosse encoberta. Em respeito ao rei e aos demais guerreiros, Urias se deitou à porta da casa real, decidindo a permanecer com todos os servos de Davi. Diferentemente de Davi, Urias demonstrou fidelidade e não quis usufruir do seu direito para cumprir a satisfação própria. Sua atitude também demonstra solidariedade em relação aos seus colegas soldados. Por fim Davi toma uma decisão extrema, e, para desposar Bate-Seba, planeja a morte de Urias. Muitas vidas são postas em risco para que a vontade egoísta do rei seja levada adiante.

2. O PROFETA REPREENDE O REI DAVI
O rei de Israel deveria submeter-se à palavra profética, por esse motivo, o Senhor enviou Nata, o profeta, para repreender o rei pelo seu pecado. Nata conta-lhe uma história a respeito de dois homens – um rico e um pobre – o primeiro tinha ovelhas e gado em grande número, mas o segundo apenas uma cordeirinha. Para recepcionar um hospede, ao invés de sacrificar uma das suas muitas ovelhas, o homem rico toma a ovelha de estimação do pobre e a prepara para o banquete. A reação de Davi, revoltado pela atitude descabida do homem rico, é imediata e contundente: o homem que cometeu tamanha atrocidade deva ser morto. Interessante que Davi não conseguiu identificar-se naquela história. Uma demonstração da evasão humana diante do pecado. O ser humano prefere apontar seu dedo na direção do outro ao invés de reconhecer seus erros. Uma pesquisa comprovou que uma das frases menos ditas é: “eu errei”. A repreensão profética se fez necessária a fim de que, como diante do espelho, Davi tomasse consciência do seu pecado: Tu és o homem. Esse trecho da Escritura nos revela o poder de desvelamento da Palavra de Deus, sendo essa, conforme está escrito em Hb. 4.12,13: “é viva e eficaz, e mais penetrante do que espada alguma de dois gumes, e penetra até à divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração. E não há criatura alguma encoberta diante dele; antes todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos daquele com quem temos de tratar”. O pecado de Davi não ficaria impune, por isso, uma série de conseqüência adviria das atitudes do rei de Israel. Ninguém pense que o pecado não trará suas mazelas, pois o que homem plantar isso também ceifará (Gl. 6.7).

3. AS CONSEQUÊNCIAS DO PECADO
Não há como conviver amistosamente com o pecado, pois o que o homem plantar isso também ceifará (Gl. 6.7). Essa é uma verdade que pode ser constatada na realidade do pecado de Adão e Eva (Gn. 3.1-6). Algumas vezes, como no caso de Davi, o pecado não apenas atinge o indivíduo pessoalmente, também aqueles que lhe cercam. Uma das conseqüências primárias do pecado, depois de reconhecido, é a tristeza, atingindo o ser humano emocionalmente (Sl. 6.6), ainda que essa tristeza possa conduzir ao arrependimento (II Co. 7.10) Essa porém não é a conseqüência imediata do pecado, antes o distanciamento do Seu Criador (Rm. 3.23). O pecado é uma transgressão dos mandamentos do Senhor que é Santo (I Jo. 3.4; Rm. 4.15). Por esse motivo, quando o pecado ocorre não apenas o pecador se entristece, também entristece o Espírito Santo, que o selou para o dia da redenção (Ef. 4.30). Uma outra conseqüência do pecado não arrependido é o efeito cascata, isto é, um erro pode conduzir a outros sucessivos. O envolvimento sexual de Davi com Bate-Seba o levou a um outro pecado, o assassinato de Urias. O pecado de um determinado indivíduo também pode levar outras pessoas – algumas vezes que nada têm a ver com o caso – ao sofrimento. Urias padeceu por causa do pecado de Davi, demonstrando, assim, a implicação social do pecado humano. Por fim, mas não por último, o pecado tem implicações psicossomáticas, ou seja, a menos que haja arrependimento e confissão, males sobrevirão ao corpo, por isso Paulo advertiu os crentes de Corinto que entre eles havia “muitos fracos e doentes e muitos que dormem” (I Co. 11.30).

CONCLUSÃO
O pecado do cristão precisa ser confessado e abandonado (Tg. 5.16). Como Davi, é preciso reconhecer os pecados pessoais perante Deus (Sl. 41.1). A Palavra de Deus diz que os que confessam seus pecados e os deixam alcançarão misericórdia (Pv. 28.13). Aqueles que assim o fazem desfrutarão da bem-aventurança do Sl. 32.1-2, pois o Senhor não atribui iniqüidade. Caso contrário, os ossos envelhecerão, a alma passará por gemidos, e a mão do Senhor pesará (Sl. 32.3,4).

BIBLIOGRAFIA
BALDWIN, J. G. I e II Samuel: introdução e comentário. São Paulo: Vida Nova, 2008.
SWINDOLL, C. R. Davi. São Paulo: Mundo Cristão, 2009.

Fonte: Pb. José Roberto A. Barbosa www.subsidioebd.blogspot.com

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