quarta-feira, 24 de junho de 2009

AMOR, A VIRTUDE SUPREMA

AMOR, A VIRTUDE SUPREMA

Texto Áureo: Rm. 5.5
Leitura Bíblica em Classe: I Co. 13.1-13
Objetivo: Mostrar que o amor de Deus em nós não é um dom, mas o fruto do Espírito expresso na vida do verdadeiro cristão.

INTRODUÇÃO
A igreja de Corinto, conforme estudamos na primeira lição deste trimestre, era bastante fervorosa, isto é, tinha muitos dons. Por outro lado, era carente de espiritualidade, pois lhe faltava a demonstração do fruto do Espírito. Nessa última lição do trimestre, estudaremos, com base em I Co. 13, o amor, esse que é o fundamento do fruto do Espírito, o qual também tem primazia na lista das virtudes espirituais apresentadas por Paulo em Gl. 5.22.

1. AMOR, SIGNIFICADOS E DEFINIÇÕES
No grego do Novo Testamento, a palavra amor é “ágape”, cujo significado primário vem do amor puro e verdadeiro de Deus em relação ao Seu Filho (Jo.17.26), ao seu povo (Gl. 6.10) e à humanidade perdida que se rebelou contra Deus (Jo. 3.16; Rm. 5.8). A Bíblia declara que a natureza de Deus é o amor (I Jo. 4.8,16). Em Hb. 12.6, sabemos que, mesmo debaixo da correção divina, somos alvo do Seu amor. O amor a Deus é o fundamento da obediência (Jo. 14.21). O fruto do Espírito, conforme aponta Paulo em Gl. 5.22, é o amor e é na manifestação desse amor sacrificial que o mundo vê Cristo é nós (II Co. 5.14). Ainda no grego, diferentemente do português, existem verbos distintos para descrever os diferentes tipos de amores. O verbo “agapao” tem em Deus sua demonstração máxima, na verdade, o próprio Deus é amor (I JO. 4.9-10). Por isso, esse Deus age com amor em relação ao homem perdido (Jo. 3.16; I Jo. 3.1,16). Em resposta ao amor de Deus, o homem deve também amá-lo, bem como ao próximo (Mc. 12.30-33; Mt. 19.19; 22.39; Mc. 12.31; Rm. 13.8; I Jô. 3.11,23), especialmente aos domésticos na fé (Gl. 5.6; I Jô. 2.10). Os inimigos também entram na lista daqueles que devem ser amados por aqueles que foram alcançados pelo amor de Deus (Mt. 5.44; Lc. 6.35). O verbo “phileo” é usado para descrever a afeição nos relacionamentos pessoais, mais próximo do sentido de “amizade” (Jo. 11.3, 36; Tt. 3.15) Uma das passagens mais conhecidas do Novo Testamento, por fazer a distinção entre os verbos “phileo” e “ágape” e se encontra em Jo. 21.15-27, quando Cristo pergunta a Pedro se esse O ama.

2. A EXCELÊNCIA DO AMOR CRISTÃO EM I CO. 13
No capítulo 13, Paulo faz um parêntese na discussão a respeito dos dons espirituais a fim de tratar sobre o amor cristão e coloca esse como um caminho mais excelente. A intenção do apóstolo é mostrar aos crentes de Corinto, que supervalorizavam os dons espirituais, a importância de equilibrar o uso dos dons com a frutificação espiritual demonstrada em amor. A melhor linguagem do céu ou da terra, sem amor, é apenas barulho (v. 1), por isso, quem tem um dom espiritual, não pode se arvorar como se fosse melhor do que os outros e isso, com certeza, estava acontecendo na igreja daquela cidade. Por ser paciente, o amor tem uma capacidade inerente para suportar, ao invés de querer afirmar-se, o amor busca, prioritariamente, dar-se (v. 4). O amor não imputa o mal ao outro, sequer o leva em conta, não abriga ressentimentos pelas ofensas (v. 5). Alegra-se com a verdade, na verdade do evangelho (Jo. 5.56), que está em Jesus (v. 6).Tudo suporta, não fraqueja, não se deixa vencer em todas as dificuldades (v. 7). Os dons espirituais acabarão, no fim, quando Deus tiver cumprido o Seu plano (v. 9,10), mas o amor. A fé é importante, bem como a esperança, mas nada supera o amor (v. 13).

3. A SUPREMACIA DO AMOR CRISTÃO
O amor cristão é superior aos dons tanto pela qualidade quanto pela perenidade. Os dons cessarão, são apenas para esta vida, estarão disponíveis até Jesus voltar, o amor, no entanto, transcende ao tempo, é eterno. Por esse motivo, a prática dos dons espirituais na igreja não compensam a falta de amor. Os dons espirituais sem amor para nada servem. O amor cristão tem algumas características que não podem ser desprezadas: 1) é paciente e benigno – tem uma capacidade infinita para suportar as adversidades; 2) não se aborrece com o sucesso dos outros, não se ufana como um balão cheio de vento, mas sem conteúdo; não é egoísta, não busca apenas seus interesses; 3) não se ressente do mal – está sempre disposta a pensar o melhor das outras pessoas e não lhes imputa o mal; 4) tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta – significa que você abre mão de um direito que tem a favor do seu irmão, pois o amor perdoa e esquece a ofensa do outro.

CONCLUSÃO
O Amor é eterno. O temo grego é “piptei” e significa literalmente que ele não “falha” ou “entra em colapso”. O amor jamais cede às pressões, tem o poder de ultrapassar o tempo, alcançar a eternidade. É no amor que começamos a conhecer a eternidade de Deus. Quando amamos, estamos desfrutando já o que ainda está reservado para nós na eternidade. O amor é a caminho para a maturidade, é o cumprimento da lei, é o maior de todos os mandamentos, é a apologética contundente. Uma igreja sem amor está adoecida e precisa urgentemente de ser curada por Aquele que é Amor e que levou esse amor ao extremo sacrificando-se pelos pecadores. Ele nos amou de uma maneira tal que enviou Seu Filho em sacrifício pelos pecados (Jo. 3.16), nós, em resposta a esse amor, devemos também amar os irmãos e nos sacrificar-nos por eles (I Jô. 3.16), mas esse é um assunto que aprofundaremos no próximo trimestre.

BIBLIOGRAFIA
LOPES, H. D. I Coríntios. São Paulo: Hagnos, 2008.
MORRIS, L. I Coríntios: Introdução e comentário. São Paulo: Vida Nova, 2007.

PB. José Roberto A. Barbosa
Publicado no blog:
http://subsidioebd.blogspot.com/

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