terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Celular no culto

Celular no culto
Valdir Costa (*)

Ultimamente em nossos cultos é comum ver as jovens exibindo seus pequenos celulares nos bolsos das saias e moços discretamente nos bolsos ou no cinto. Mas o pior é ver muitos obreiros com os aparelhos telefônicos na cintura piscando uma pequena luzinha para chamar ainda mais a atenção daqueles que desejam ter um e não tem condição financeira.
É desagradável é ouvir (eu já vi e ouvi) o celular tocar durante a exposição de um sermão. E o pregador ainda teve a cara-de-pau de dizer que era a tecnologia e que não dava para viver sem ela. O que não dá mesmo é suportar a irreverência para com a palavra de Deus, com o culto de adoração ao Criador e com os irmãos que esperam por uma mensagem de esperança. Antigamente a tecnologia não atrapalhava nenhum pregador e muito menos um telefone celular.
Já pensou tocar o celular quando um profeta estiver entregando uma mensagem de Deus? Ele vai pedir a Deus que aguarde um minuto, atende o celular e depois continua! E aqueles obreiros que atende o celular sentado no púlpito, e ainda se abaixam, colocam a mão na frente, como se esses gestos fossem reverência!
No tempo da lei o Sumo Sacerdote entrava uma vez por ano no lugar Santo dos Santos para oferecer sacrifício de expiação e na sua roupa sacerdotal havia campanhias para fazer barulho caso ele caísse morto, então os que estavam do lado de fora o puxavam por uma corda. Já pensou o Sumo Sacerdote no lugar Santo dos Santos atendendo o celular? Imagine você mesmo o que Deus faria.
Pense no momento em que Jesus estiver abençoando alguém e de repente Ele recebe uma chamada telefônica de Deus e aí Ele vai atender... ...algum tempo depois Ele volta para abençoar, mas não esqueça que a Bíblia diz que um dia para Deus é como mil anos para o homem.
Não dá para entender porque tantos crentes vão para a igreja levando um celular. Às vezes não leva a Bíblia, mas não esquece o telefone. Outros não têm tempo para ler a palavra de Deus, mas são viciados nos games dos aparelhos. Outros parecem estar à espera de uma chamada urgente a qualquer instante, como se fosse, por exemplo, um médico que estivesse de plantão em um hospital ou um delegado que precisasse se apresentar em seu posto policial a qualquer momento.
Na verdade isso demonstra a incivilidade e a falta de reverência por aqueles que trazem seus celulares para o culto. Que culto pode apresentar a Deus os que possuem tal costume? Se uma pessoa tem a necessidade de receber uma ligação, com urgência, das duas uma: ou liga para a pessoa antes de entrar para a reunião, ou então, nem vá para a casa de Deus, porque o que adianta estar presente fisicamente se sua mente está voltada para a pessoa cuja ligação está esperando?
Na maior parte das universidades, nos hospitais e nos fóruns, por exemplo, é vedado o uso de celulares, porém muitos trazem para dentro da casa de Deus. Até parece que sabendo disso Jesus disse: “... porque os filhos deste mundo são mais prudentes na sua geração do que os filhos da luz” e em outro texto Ele diz “... se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no reino dos céus”. Inclusive nas nossas Escolas Bíblicas Dominicais é comum ver não só alunos como também professores com os aparelhos ligados, que na verdade nem deveria estar usando. Que exemplo não?
Lembro-me das palavras de Jesus quando estava em agonia no Getsêmane que por três vezes encontrou os discípulos dormindo e disse: “Será que vocês não podem vigiar comigo nem ao menos uma hora?”. Se fosse hoje Jesus diria: “Será que não podem vigiar comigo nem ao menos uma hora sem um celular?”.
Será que os crentes do século XXI não podem oferecer um culto de adoração a Deus sem que um celular lhe atrapalhe e que provoque a curiosidade em outros? Como o sono venceu aqueles discípulos naquela noite no jardim, muitos estão sendo vencidos pela tecnologia telefônica. Muitos têm que acordar do sono e deixar o celular em casa pelo menos na hora do culto.
Que tal fazer uma campanha com o seguinte slogan: CELULAR NO CULTO, DIGA NÃO!

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