sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Lição 9

O Crente e as Bençãos da Salvação
Texto Áureo: Fp. 2.12
Leitura Bíblica em Classe: I Jo. 3.6-11
Objetivo: Mostrar que o crente não mais se encontra sobre o poder do pecado, por isso, pode viver em santificação.

INTRODUÇÃO
Conforme estudamos em lições anteriores, o pecado é uma realidade. Ainda que tentem negá-la, ela é evidente não apenas na Bíblia, bastar atentar para a vida cotidiana, ler os jornais para constatá-lo. Tão evidente é o pecado que G. H. Chesterton, famoso escritor cristão britânico, argumentava que entre as várias doutrinas cristãs, a do pecado é a mais fácil de ser comprovada. Ciente da relevância desse assunto, estudaremos, na aula de hoje, a origem do pecado. Em seguida, veremos que o pecado ainda pode atingir o cristão, mesmo que esse não mais viva sob a prática do pecado. Pelo Espírito e pela Palavra, é chamado a uma vida de santificação, e essa, certamente, é uma das bênçãos da salvação.

1. O PECADO E SUA ORIGEM
Para João, “todo aquele que pratica o pecado, também transgride a lei; porque o pecado é a transgressão da lei” - anomia no grego (I Jô. 3.4). Com essa verdade, o Apóstolo indica que o pecado, por sua própria natureza, é ilegalidade. Não podemos esquecer que os adeptos do espírito do Anticristo defendiam uma prática de vida imoral. Iam além, argumentando que poderiam cumprir os desejos da carne, pois não estariam transgredindo qualquer lei. Esses são os seguidores do antinomismo, os que se opõem a todo tipo regra. Buscam subterfúgios na Psicologia Moderna para justificarem suas práticas pecaminosas. Esse espírito já atuava nos tempos de João, que se opôs a tal movimento, explicitando que o pecado não é apenas um “errar o alvo” (hamartia) ou injustiça (adikia), antes a transgressão da lei do Senhor que é santa. Portanto, todo aquele que pecado não pode se eximir da culpa. A origem do pecado remete ao Diabo, pois este vive pecando desde o princípio (Jo. 8.44), desde sua rebelião contra Deus (Is. 14.14,15). Por outro lado, se a obra do Diabo é roubar, matar e destruir (Jo. 10.10), Cristo veio ao mundo para destruir suas obras (I Jo. 3.8).

2. O CRENTE E O PECADO
Em relação ao pecado do crente, João destaca que esse “não vive na prática do pecado”. Algumas traduções dizem “não peca”, mas a versão anterior é mais apropriada, principalmente quando atentamos para o verbo grego que se encontra no presente. Além disso, essa afirmação não se coadunaria com a declaração joanina (I Jo. 1.8-10) que o crente pode pecar, ainda que não deva (I Jo. 2.1). O motivo para que o crente não viva em pecado é que “permanece nele a divina semente e porque é nascido de Deus”. É a semente de Deus no interior do crente que faz com que ele ou ela não mais continue vivendo em pecado (II Co. 5.17; II Pe. 1.4). Essa mensagem de João é contrária a que era defendida pelos adeptos do gnosticismo. Tal doutrina tem se instaurado no seio de determinadas igrejas evangélicas atuais. Há quem defenda que Deus perdoa a todos, portanto, o pecado não é problema. Muitos “evangélicos” hoje em dia defendem uma vida desregrada entre os cristãos, assumindo que a graça de Deus cobre todos os pecados. Aqueles que têm a semente - a Palavra de Deus - não se deixam corromper, o pecado não mais os atrai, pois foram gerados de Deus e investem na santificação (I Pe. 1.23)

3. O CRENTE E A SANTIFICAÇÃO
João, ao longo de toda sua Carta, conclama os crentes à santificação. Isso porque a fé cristã não se coaduna com a prática do pecado. Por isso é preciso escolher entre uma vida santa e uma vida pecaminosa. Cientes que aqueles que vivem no pecado não podem dizer que são filhos de Deus, antes são filhos do Diabo (I Jô. 3.7). Não podemos esquecer que o Diabo é o Pai da Mentira e Jesus, com muita ousadia, revelou que aqueles que são escravos do pecado são filhos do Diabo (Jo. 8.44). Não existe, por assim dizer, um meio termo, ou se é filho de Deus - nascido de cima, pela Palavra - ou se é filho do Diabo - quando se vive na constante prática do pecado. Devemos observar também que a manifestação da filiação divina se dá através da prática do amor (I Jo. 3.10). Aquele que diz ser filho de Deus só manifesta ódio, discórdia e desavença pelos irmãos ainda está nas obras da carne (Gl. 519-21). Uma vida de santificação é resultado de uma caminhada no Espírito (Rm. que produz em nós o Seu fruto (Gl. 5.22). Essa é uma transformação que ocorre paulatinamente, resultante de um processo de vivência controlado pela experiência com Deus (Gl. 5.16). Esse é o caminho sobremodo excelente do qual Paulo falou aos crentes de Corinto (I Co. 13).

CONCLUSÃO
Como resultado da Queda (Gn. 3), o ser humano tornou-se pecador. Todo, portanto, pecaram (Rm. 3.23) e o salário do pecado é a morte, mas a dom da vida eterna se manifestou gratuitamente em Cristo Jesus (Rm. 6.23). Por que Ele nos deu a vida, nos tornou filhos de Deus (Jo. 1.12), agora, recebemos o Espírito de Adoção (Gl. Rm. 8.15; Gl. 4.5), por meio do qual clamamos Aba, Pai. Como filhos amados de Deus, somos chamados a viver nas boas obras que Ele designou para que andássemos nelas (Ef. 2.10). Somos salvos pela fé, não pelas obras da lei, mas, pela fé, obedecemos a Palavra de Deus, vivemos em santificação (R. 6.19,22; II Co. 7.1; I Ts. 4.3-7; Hb. 12.14).

BIBLIOGRAFIA
BOICE, J. M. As epistolas de João. Rio de Janeiro: CPAD, 2006.STOTT, J. R. W. I, II e III João: introdução e comentário. São Paulo: Vida Nova, 1982.

Fonte: http://subsidioebd.blogspot.com/

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Lição 8

A NOSSA ETERNA SALVAÇÃO
Texto Áureo: Jo. 3.16 - Leitura Bíblica em Classe: I Jo. 3.1-5; Rm. 8.14-17

Objetivo: Mostrar que somente o imensurável amor de Deus poderia elevar o pecador convertido à condição de santo, justo e filho de Deus para que esse possa ter a vida eterna.

INTRODUÇÃO
João afirma que o mundo jaz – isto é – está morto no maligno (I Jo. 5.19). Os crentes, por sua vez, têm vida eterna (I Jo. 2.25). A razão dessa vida, conforme estudaremos na lição de hoje, tem a ver com a filiação ao Pai que nos ama em Cristo. Porque Ele nos ama, será um dia transformados (I Ts. 4.13-17). Quando isso acontecer, a morte será tragada na vitória, e glorificados, desfrutaremos da plenitude da vida eterna (I JO. 5.11,13).

1. FILHOS AMADOS DE DEUS
Não por acaso João chama seus leitores de “amados” ao longo da sua carta. Os crentes são amados do Pai, já que agora somos filhos de Deus, nascidos de cima (Jo. 3.3). O Apóstolo assume essa declaração com admiração, pois agora somos não apenas criaturas, mas filhos de Deus. Isso aconteceu porque a todos quantos receberam Jesus deu-lhes o poder de serem chamados filhos de Deus (Jo. 1.12,12). A partir de então, o Espírito Santo testifica com o nosso espírito que somos filhos amados de Deus (Rm. 8.14-17,21; 9.25,26). E esse mesmo Espírito opera em nós, também, por meio dEle fomos adotados e clamamos Aba, Pai (Gl. 4.6). Porque somos filhos de Deus, o mundo nos aborrece, porquanto não conhece o Pai (Jô. 15.18,19; 16.3; 17.25; Cl. 3.3). Conforme estudamos na lição passada, os crentes e o mundo são incompatíveis (I Co. 2.15,16). Como aconteceu com Cristo, enquanto estivermos no corpo a vida estará oculta em Deus (Cl. 3.3). A filiação do cristão é real, mas ainda não é visível (Rm. 8.19).

2. QUE NOS TRANSFORMARÁ
Como filhos amados do Pai ainda não somos o que haveremos de ser (v. 2). O mundo tão somente nos conhece como somos, mas não vê como seremos plenamente. Existem muitas especulações a respeito de como seremos na eternidade. Todas elas são apenas sombras, e, em muitos casos, meras fantasias. Somente sabemos aquilo que o Senhor nos revelou em Sua palavra (Dt. 3.24; I Co. 13.8-12). Nos é revelado que um dia Jesus haverá de se manifestar e quando isso acontecer seremos semelhantes a Ele (Fp. 3.21; I Co. 15.49). Então seremos glorificados com Ele (Rm. 8.17; Cl. 3.4). A Paulo foi revelado que quando esse tabernáculo físico se desfizer, estaremos no céu com Cristo (II Co. 5.8; Fp. 1.23; Cl. 3.4; I Ts. 4.17). Essa é a bendita esperança da igreja do Senhor Jesus Cristo (Tt. 2.13). A volta dEle para arrebatar Sua igreja para estar para sempre com Ele, pois há de vir como para o céu os discípulos O viram ir (At. 1.11). Ele mesmo prometeu que iria prepara lugar para aqueles que O seguem (Jo. 14.1). Nesse dia, quando formos plenamente como Ele é, O veremos face a face (I Co. 13.12).

3. E DARÁ VIDA ETERNA
A vida eterna, nos escritos de João, ressalta sua possibilidade de experiência já na vida presente através de Jesus Cristo (Jo. 5.24; 11.25-26; I Jo. 3.14). O propósito central desse Apóstolo, ao escrever o evangelho, é produzir vida eterna nos seus leitores (Jô. 20.31). Paulo também reforça o ensinamento que a vida eterna pode ser desfrutada já no presente (Rm. 6.4; 8.6,10), ainda que tanto para um quanto para o outro, a plenitude da vida eterna será desfrutada no futuro (II Co. 5.4). O Apocalipse revela que será na nova criação que a vida eterna se manifestará, onde o cristão poderá comer livremente da árvore da vida (Ap. 22.4,14) e beber da água da vida (Ap. 22.7). Tanto a árvore quanto a água da vida apontam para Cristo que, no Novo Testamento, é associado com a vida eterna. Ele é o pão da vida (Jô. 6.35,48), o caminho a verdade e a vida (Jô. 14.6), o autor da vida (At. 3.15), e a vida dos crentes (Cl. 3.4) e Aquele que tem o poder indestrutível da vida (Hb. 7.16). Em Jo. 6.68 está escrito que Jesus tem palavras de vida eterna e em Jô. 17.2 que Ele tem autoridade para dar a vida eterna.

CONCLUSÃO
Que notícia admirável: fomos feitos filhos amados do Pai, agora temos o Espírito através do qual clamamos Aba. Através desse ato de filiação, Deus não apenas nos fez filhos dEle, mas também nos deu a vida eterna em Cristo Jesus, que é a Ressurreição e a Vida. No futuro, na glorificação do corpo, desfrutaremos da plenitude da Vida. Naquele momento, o que é corruptível se revestirá da incorruptibilidade e estaremos para sempre com o Senhor e O veremos como Ele é. Aleluia!

BIBLIOGRAFIA
BOICE, J. M. As epistolas de João. Rio de Janeiro: CPAD, 2006.
STOTT, J. R. W. I, II e III João: introdução e comentário. São Paulo: Vida Nova, 1982.

Fonte: http://subsidioebd.blogspot.com/

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Lição 7

A Chegada do Anticristo
Texto Áureo: I Jo. 4.3
Leitura Bíblica em Classe: I Jo. 2.18-26 II Jo. 1.7
Objetivo: Mostrar que através do conhecimento bíblico é possível discernir os espíritos a fim de saber se eles de fato são de Deus ou do Anticristo.

INTRODUÇÃO
Nos últimos dias o Anticristo será levantado para atuar sobre a terra. Em suas epístolas João fala a respeito do espírito do anticristo que já impera. No início da aula trataremos sobre a revelação geral na escatologia bíblico sobre a figura do anticristo. Em seguida, analisaremos o ensinamento a respeito do anticristo nas epístolas de João. Ao final, mostraremos a relevância do discernimento escriturístico das manifestações espirituais anticristãs.

1. ANTICRISTO, UMA REVELAÇÃO ESCATOLÓGICA
Existem várias passagens bíblicas que nos oferecem um vislumbre da atuação escatológica do anticristo (Dn. 7.24,25; II Ts. 2.3-6; I Jô. 2.18; Ap. 13.1-8). A partir de Dn. 11.36, inferimos que o Anticristo será um homem, guiado por Satanás, que se passará por Deus. Será uma personagem com habilidade para inflamar as massas (Ap. 13.5) e exercer influências sobre as nações. Ele é chamado nos textos bíblicos de Homem da Iniqüidade ou do Pecado (II Ts. 2.3), Chifre Pequeno (Dn. 7.8), Príncipe que há de vir (Dn. 9.27) ou o Assírio (Mq. 5.5). Segundo Paulo, em I Ts. 5.3, o Anticristo providenciará um tempo de prosperidade e paz aparente na terra. João, em Ap. 13.1,17,18 diz que seu número será 666 e que ninguém comprará ou venderá a menos que seja detentor desse número. No período da Tribulação o Anticristo será recebido como dominador dos povos (Jô. 5.43). Ele fará um pacto com Israel que será posteriormente rompido (Dn. 9.27; Mt. 24.15; II Ts. 2.4; Ap. 11.2; 13.1-8). O poder do Anticristo será por fim vencido quando Cristo vier em glória (Dn. 2.34; Mt. 24.30), como Rei dos reis e Senhor dos senhores (Ap. 19.11-16). Nessa ocasião, o Anticristo e o Falso Profeta serão lançados no Lago de Fogo e Enxofre (II Ts. 2.8; Ap. 19.20).

2. O ESPÍRITO DO ANTICRISTO NAS EPÍSTOLAS DE JOÃO
A palavra específica – anticristo – ocorre na Bíblia somente nas epístolas de João (I Jo. 2.18,22; 4.3; II Jo. 7), ainda que essa temática, conforme demonstramos no tópico anterior, possa ser encontrada em outras passagens. Na escatologia joanina, o aparecimento do anticristo é uma demonstração da proximidade do fim. O Apóstolo argumenta que, embora seja fato que vem o anticristo, como ouvistes, contudo, já agora muitos anticristos têm surgido. Isso quer dizer que o espírito do anticristo” já está em ação no mundo (I Jo. 4.3). Esse anticristo é um adversário de Cristo que se opõe ao Senhor Jesus. Essa oposição é manifestada através da negação dos ensinamentos de Cristo e respaldada em argumentos humanos. Certamente João está se referindo aos hereges que se instauraram no seio da igreja. A proteção contra esses anticristos está na “unção” (v. 20) recebida de Deus. Essa unção se refere ao Espírito Santo (I Co. 1.21,22). A iluminação do Espírito Santo, na direção da Palavra, é o antídoto contra o veneno dos falsos mestres. A gnosis – conhecimento – cristã está fundamentada no Espírito da Verdade, cujo fundamento é a Escritura, a Palavra de Deus (Cl. 1.28). O Espírito confirma pela Palavra a verdade que os cristãos já sabem (Rm. 15.14,15). Aqueles que conhecem a verdade não se deixam enganar pelo espírito da mentira (Jo. 8.44).

3. O DISCERNIMENTO DO ESPÍRITO DO ANTICRISTO
Em I Jo. 4.1, o Apóstolo recomenda aos cristãos que discirnam os espíritos a fim de saber se esses procedem de Deus ou se são falsas profecias. O verbo grego aqui utilizado é dokimazo e significa testar, examinar, provar e verificar. O espírito do anticristo já opera no mundo, até mesmo dentro de algumas igrejas. Diante de tal realidade, o discernimento desse espírito é condição necessária para a bem estar espiritual. A apologética – a defesa da fé – depende de duas armas com as quais os crentes precisam saber lidar: 1) a Palavra de Deus – isso diz respeito ao evangelho, aos ensinamentos expostos pelos apóstolos (I Jo. 2.22). A esse respeito, atentemos para a recomendação de Paulo a Timóteo. Não devemos nos apartar daquilo que fomos ensinados na Bíblia. A Escritura divinamente inspirada por Deus é proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça e para que o homem e a mulher de Deus sejam perfeitos e perfeitamente instruídos para toda boa obra (II Tm. 3.14-17); 2) o Espírito Santo – somente os ensinamentos apostólicos não são suficientes para os crentes permanecerem na verdade. É o Espírito Santo quem instrui os cristãos pela Palavra. Não existe outro ensinamento necessário à igreja de Cristo, não precisamos de ensinamentos humanos, pois recebemos dos apóstolos, através da inspiração do Espírito, a revelação de Deus (I Jo. 2.27; II Pe. 1.20,21).

CONCLUSÃO
No período da Tribulação o Anticristo estabelecerá seu governo literal sobre a terra. Enquanto isso não acontece, seu espírito impera já através do sistema mundano. A igreja de Jesus precisa estar atenta às manifestações do espírito do anticristo. O investimento no ensinamento da Palavra de Deus, sob a orientação do Espírito Santo, é o antídoto necessário para responder com sabedoria e mansidão (I Pe. 3.15) contra toda doutrina que venha de encontro à fé que uma vez foi entregue aos santos (Jd. 1.3).

BIBLIOGRAFIA
BOICE, J. M. As epistolas de João. Rio de Janeiro: CPAD, 2006.
STOTT, J. R. W. I, II e III João: introdução e comentário. São Paulo: Vida Nova, 1982.


Fonte: http://subsidioebd.blogspot.com/

sábado, 8 de agosto de 2009

Lição 6

O Sistema de Viver do Mundo
Texto Áureo: Rm. 12.2
Leitura Bíblica em Classe: I Jo. 2.15-19 Jo. 15.18,19
Objetivo: Mostrar que todo crente fiel a Cristo precisa conhecer os nocivos padrões dos procedimentos deste mundo a fim de que possamos rejeitá-los e firmarmo-nos cada vez mais nos santos preceitos da Palavra de Deus.INTRODUÇÃONão ameis o mundo nem o que no mundo há, diz o apóstolo João em sua I Carta. Mas o que significa “mundo” no Novo Testamento? Essa é a pergunta que responderemos na primeira parte da lição de hoje. Depois, trataremos a respeito dos elementos do mundo anticristão. Ao final, destacaremos que, definitivamente, o cristão não pode amar o mundo e muito menos o nele há.

1. MUNDO E MUNDANISMO, DEFININDO OS TERMOS
A palavra mundo – kosmos no grego do Novo Testamento - tem sentidos diversos. Inicialmente essa palavra tem a idéia de ordem e adorno e a partir dessa desenvolveu a noção de cosmos ou universo. No Novo Testamento apenas em I Pe. 3.3 essa palavra se afasta do significado comum de “mundo” e é usada para denotar o sentido inicial de “adorno”. Em At. 17.24 esse termo indica o universo criado, ainda que em outras passagens, como Mt. 4.8; Mc. 8.36; Jô. 3.19, II Co. 5.19, apontem para a esfera da vida humana como um todo. Para Paulo e João o mundo é o lugar para o qual Deus veio a fim de redimir e transformar a humanidade. Nesse contexto, kosmos tem um significado negativo, denotando a era má, que se opõe a Deus (I Co. 3.18,19; Ef. 2.2; Rm. 12.2). Parte fundamental da obra de Cristo na cruz foi derrotar os elementos desse kosmos (Cl. 2.8-20). Para João o kosmos resiste à obra de Deus e ao Seu filho (Jo. 1.9-11; 7.7, consequentemente, este mundo é governado por Mal (Jo. 12.31; 16.11). Por isso, enquanto estiverem neste kosmos os cristãos precisam estar atentos para não serem cooptados por esse sistema maligno (Jo. 17.15-17; I Jo. 2.15; Fp.2.15; Tg. 1.27; 4.4). Ainda que esse sistema anticristão se oponha a Deus, Ele demonstrou amou pela humanidade – kosmos - de uma forma extraordinária e o provou ao enviar Seu Filho para redimi-la dos seus pecados (Jo. 3.16).

2. OS ELEMENTOS DO MUNDO ANTICRISTÃO
Em sua Carta João descreve os elementos do mundo: a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida (I Jo. 2.16). A concupiscência da carne diz respeito aos desejos desenfreados expressos nos vícios e prazeres sexuais ilícitos. Os cristãos precisam estar em constante vigilância para se deixarem levar pela impureza (I Co. 6.18). O crente é templo do Espírito Santo (I Co. 3.16; 6.19), por isso, seu corpo deve ser apresentado a Deus como sacrifício vivo, santo e agradável ao Senhor (Rm. 12.1,2). Aqueles que se deixam levar pela concupiscência da carne estão produzindo obras que se opõem ao Espírito de Deus (Gl. 5.21,22; Ef. 5.3-5). A concupiscência dos olhos está associada à visão. O pecado, conforme lemos em Gn. 3.6, teve princípio no ver, bem como o pecado de Acã (Js. 7.20-26). Davi pecou contra o Senhor quando criou uma situação para satisfazer a concupiscência dos olhos (II Sm. 11.2). A soberba da vida é o desejo humano de ser igual a Deus, como quiseram Adão e Eva no princípio (Gn. 3.5). Esse pecado resulta na ostentação, na ânsia desenfreada pela fama e poder. Satanás também quis ser igual a Deus e em seu orgulho precipitou-se da posição na qual o Senhor o havia colocado (Is. 14.14). Na igreja, alguns líderes despreparados, sob a justificativa de autoridade espiritual, exercer práticas autoritárias e abusam espiritualmente dos fieis a fim de tirar proveito próprio e sustentar a vaidade pessoal (Jr. 2.8; Ez. 34.2,8,9)

3. NÃO AMEIS O MUNDO, NEM O QUE NO MUNDO
HÁA partir de I Jo. 2.15 entendemos que o cristão não pode amar o mundo e muito menos o que nele há. Essa, conforme apontamos anteriormente, é uma proibição recorrente nos escritos joaninos (Jo. 1.10; 17.4; I Jo. 5.19). “Se” alguém ama o mundo, diz João, o amor do Pai não está nele. O tempo verbo no grego dá idéia de continuidade, ou seja, “se alguém continua amando o mundo”. O amor a Deus e ao mundo, nessa perspectiva, se encontra em posições antagônicas. Não é possível que o cristão ame ao mesmo tempo a um e ao outro. Esse – kosmos – que o crente deve aborrecer não é a humanidade, já que o próprio Deus a amou (Jo. 3.16). Trata-se do sistema satânico, anticristão que se opõe à verdade de Deus cujo líder é Satanás (II Co. 4.4). A expressão do mundanismo está nos desejos desenfreados da carne – as obras da carne (Gl. 5.21), na supervalorização das coisas visíveis, esquecendo-se da fé nas coisas que se esperam, mas que ainda não se vê (Hb. 11.1) e na vaidade humana alicerçada na ânsia pela fama e pelo poder satânico (Mt. 4.8-11). Na proporção em que o amor ao mundo aumenta, o amor a Deus diminui. Se alguém quiser saber o quanta ama a Deus, basta avaliar seu nível de amor ao mundo.

CONCLUSÃO
Não ameis o mundo, esse é o ensinamento bíblico. Para vencermos o mundo, com suas artimanhas, meditemos, a guisa de conclusão, nas seguintes passagens: 1 Jo. 4.5; 5.4; 5.5; 5.10; Jo. 15.19; Rm. 12.2; Gl. 1.10; Ef. 2.2; Cl. 3.1,2; I Tm. 6.10. Esses textos são auto-explicativos e suficientes para entendermos e buscar destruir os elementos da concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida. Que Deus em Cristo nos abençoe e continue produzindo o fruto do Seu Espírito em nós (Gl. 5.22).

BIBLIOGRAFIA
BOICE, J. M. As epistolas de João. Rio de Janeiro: CPAD, 2006.
STOTT, J. R. W. I, II e III João: introdução e comentário. São Paulo: Vida Nova, 1982.

Fonte: http://subsidioebd.blogspot.com/