A IMPORTÂNCIA DA SANTA CEIA
Texto Áureo: I Co. 11.26 - Leitura Bíblica em Classe: I Co. 11.23-32
Objetivo: Mostrar que a Santa Ceia não é um mero símbolo, mas um memorial da morte e ressurreição redentora de Cristo Jesus e anuncia a Sua volta para arrebatar a igreja.
INTRODUÇÃO
A celebração da Santa Ceia sempre teve um lugar especial como memorial da morte e ressurreição do Senhor. Em Corinto, conforme veremos na aula de hoje, esse ato tão sublime fora degenerado pela carnalidade. Para não deturpar a ceia do Senhor, atentaremos, nesta lição, para os ensinamentos bíblicos em relação à celebração da Ceia, baseados na Epístola em foco.
1. A CELEBRAÇÃO DA CEIA EM CORINTO
Com base em I Co. 11.21, depreendemos que, em Corinto, a Santa Ceia não era uma refeição simbólica apenas, como acontece em nosso meio nos dias atuais, mas uma refeição de verdade. Fica claro também pelo texto que cada um dos participantes levava uma porção de comida que era compartilhada uns com os outros. Mas em razão dos partidarismos na igreja, os grupinhos se formavam também para comer. Uns comiam primeiro, outros depois, tudo se fazia para evitar contatos. Paulo não tinha motivos para elogiar a igreja por essa desunião e falta de controle (v. 17), pois, além das divisões, havia aqueles que tinham mais condições (v, 18), levavam muita comida e bebida, exageravam, enquanto que outros ficavam com fome, numa nítida demonstração de segregação social e financeira. Comiam antes que os outros chegassem, principalmente os escravos que não podiam chegar mais cedo. Como conseqüência, o Apóstolo chama a atenção dos crentes de Corinto para que não se apropriem indignamente da ceia do Senhor. Essa indignidade, pelo contexto da passagem, não é prioritariamente moral, antes uma ausência de discernimento quanto ao significado do corpo e do sangue do Senhor (v. 27). Antes de se apropriar dos elementos da Ceia, é preciso que o crente examina-se, veja quais são suas reais intenções na participação do pão e do cálice (v. 28), e, principalmente, do seu lugar no Corpo de Cristo (v. 29), quando isso deixa de ser uma regra, o resultado é a morte tanto espiritual quanto física (v. 30-32), portanto, se tão somente para comer, que o faça em casa, pois a celebração da ceia não é apenas comida e bebida (v. 33,34).
2. O ENSINAMENTO BÍBLICO DA CEIA DO SENHOR
A celebração da Ceia foi uma das ordenanças deixadas pelo Senhor (Mt. 26.26-30; I Co. 11.23-25). Os discípulos poderiam se envolver com outras atividades e esquecerem o principal, o valor da morte e ressurreição de Cristo. Por isso, para eles, bem como para nós hoje, a Ceia tem um significado rememorativo. Os elementos da Ceia – o pão e o cálice – são símbolos do sacrifício do Cordeiro de Deus para a nossa salvação (formas figuradas como em Jo. 15; 10.9; 6.35). O pão representa o Seu corpo (I Pe. 2.22-24) e o cálice simboliza o sangue do Senhor (Mc. 14.24). A Ceia deve ter observação contínua (Lc. 22.14-20) como o fizeram os primeiros discípulos (At. 2.42; 20.7; I Co. 11.26). Mas é preciso que haja atenção em relação ao significado dessa celebração, o descaso e a irrelevância dada à Ceia é pecado com graves conseqüências (I Co. 11.30). Recomendamos, por ocasião da Ceia do Senhor: 1) sinceridade na apreciação (Lc. 22.17-19); 2) auto-exame em reconhecimento dos pecados (I Co. 11.27-29); 3) comunhão com os irmãos (I Co. 10.16-17); e 4) esperança quanto à manifestação do Senhor, no dia que Ele vier (I Co. 11.25,26)
3. COMO NÃO DETURPAR A CEIA DO SENHOR
Reconhecer: 1) que a Ceia é uma ordenança do Senhor (24,25); 2) que se trata de um memorial divino (v. 24,25); 3) que anuncia, profeticamente, a vinda do Senhor (v. 26); 4) que deve ser precedida de um auto-exame a fim de identificar a real motivação da celebração (I Co. 11.25); 5) para tanto, o cristão precisa discernir o valor espiritual da celebração da ceia (v. 29); 6) deva ser um momento de gratidão a Deus em reconhecimento pelo seu gracioso amor em Cristo (v. 24); 7) deve ser restrita aos discípulos de Cristo (Lc. 22.14); 8) trata-se de um momento de profunda devoção e solene louvor ao Senhor (Mt. 26.30).
CONCLUSÃO
Se atentarmos para I Co. 11.25,26, concluiremos que a celebração da Ceia do Senhor aponta tanto para o passado quanto para o presente e o futuro. Em relação ao passado, ela é um memorial da morte de Cristo na cruz do Calvário, para redimir os pecados dos crentes. No presente, é um ato de renovação da comunhão com Cristo, bem com os demais membros do Corpo (I Co. 10.16,17). Quanto ao futuro, anuncia o dia da manifestação do Senhor quando estaremos com Ele em corpos glorificados (Mt. 8.11; 22.1-14).
BIBLIOGRAFIA
MORRIS, L. I Coríntios: Introdução e comentário. São Paulo: Vida Nova, 2007.
PRIOR, D. A mensagem de I Coríntios. São Paulo: ABU, 2001.
PB. José Roberto A. Barbosa
Publicado no blog: http://subsidioebd.blogspot.com/
sexta-feira, 29 de maio de 2009
sábado, 23 de maio de 2009
COISAS SACRIFICADAS AOS ÍDOLOS
COISAS SACRIFICADAS AOS ÍDOLOS
Texto Áureo: I Co. 10.20
Leitura Bíblica em Classe: I Co. 8.1-4; 10.14; 18-22.1-5,7,10,11
Objetivo: Mostrar que o crente deve usufruir da liberdade cristã, contanto que essa não infrinja o mandamento do amor a fim de evitar que o irmão mais fraco fique escandalizado.
INTRODUÇÃO
O culto aos ídolos costuma ser acompanhado de festejos com farta alimentação. Esses alimentos são dedicados às divindades que são adoradas. Na lição de hoje, veremos que a carne sacrificada aos ídolos se constituiu num problema com o qual a igreja de Corinto não sabia lidar. O apóstolo Paulo traz uma série de recomendações especificando o cuidado que a igreja deveria ter com a carne sacrificada aos ídolos, e, por extensão, trata de como o crente deva exercitar, em amor, a liberdade cristã.
1. O PROBLEMA DA CARNE SACRIFICADA AOS ÍDOLOS
A situação na igreja em Corinto, em relação à carne sacrificada aos ídolos, era bastante problemática. Primeiramente porque era uma prática social, isto é, participar de uma refeição num templo ou qualquer outro lugar associado a um ídolo fazia parte da etiqueta formal daquela sociedade (10.27,28). Além disso, a maior parte do alimento vendido nos mercados, havia sido oferecida aos ídolos em sacrifício (8.10). Segundo o costume, parte do animal sacrificado era distribuída entre o altar ao deus, os sacerdotes e parte aos cultuadores. Os sacerdotes vendiam o que não podiam utilizar, por isso, era muito difícil saber se a comida de um determinado mercado era proveniente de um sacrifício (10.25). Por causa dessa incerteza, os crentes de Corinto queriam saber do Apóstolo se poderiam ou não se apropriar de algum alimento que tivesse sido oferecido aos ídolos pagãos. Ao invés de apresentar uma resposta direta sobre o assunto, Paulo clama para um dos fundamentos centrais da ética cristã: o amor. A princípio, reconhece que o conhecimento inutiliza a força da divindade, com isso, ressalta que o ídolo não tem qualquer valor. Aquele que tem esse conhecimento tem plena liberdade para se apropriar de qualquer comida, até mesmo aquela sacrificada aos ídolos.
2. AMOR, O FUNDAMENTO QUE LIMITA A LIBERDADE CRISTÃ
Conforme vemos em I Co. 8.4, Paulo destaca a existência de um só Deus, por isso, os cristãos fortes tinham fundamentos teológicos suficientes para se apropriarem da carne vendida nos mercados ou oferecidas pelos amigos incrédulos. A resolução do problema, entretanto, não estava no conhecimento, isto é, na teologia, mas na falta de atitude amorosa para com os mais fracos na fé. Paulo diz que o conhecimento, isto é, a gnosis precisa ser balanceada com o ágape, ou seja, o amor. A ética cristã não é governada pelo acúmulo de conhecimento, mas pelo amor genuinamente cristão (I Co. 8.13). Por essa razão, é preciso aprender a abrir mão de certos direitos a fim de preservar a fé do irmão mais fraco, considerando que a vida espiritual do irmão é mais importante que o direito à liberdade. Ainda que Paulo elogie o grupo forte, e mais que isso, se identifique com esses, resolve pôr em suspenso esse direito, abrindo mão do direito de comer carne a fim de não escandalizar os irmãos fracos. Fica evidenciado nas instruções do Apóstolo que o conhecimento, desassociado do amor, ensoberbece (I Co. 8.1). E quando o conhecimento ensoberbece, o caminho para a arrogância está bem próximo, bem como o do sectarismo. Aqueles que conhecem a Deus, e mais importante, que são conhecidos por Ele (I Co. 8.3), não se deixa levar pela arrogância, não tocam trombetas, cultivam a humildade. Como destacou W. Kay, “O conhecimento orgulha-se de ter aprendido tanto, mas a sabedoria humilha-se por não saber mais”. O conhecimento tem a sua serventia, deve ser buscado e estimulado, mas preciso, acima de tudo, ser regido pelo amor (I Co. 8.1). Guiados pelo amor, não vivemos apenas para nós mesmos, mas para o Senhor, e por conseguinte, para o próximo.
3. APLICAÇÕES PRÁTICAS PARA A IGREJA CRISTÃ
O problema da igreja de Corinto era a questão do consumo de carne sacrificada aos ídolos. Dependendo da localidade, e da época, os questionamentos dos cristãos podem ser outros: se é permitido ou não praticar esportes, tomar ou não um pouco de vinho, assistir ou não a televisão, entre outros. O princípio exposto por Paulo em sua I Epístola aos crentes de Corinto se aplica muito bem aos dias atuais. Talvez não seja possível dar as respostas individuais que os crentes desejariam. Isso porque alguns, mais liberais, querem que o crente possa fazer tudo o que deseja. Outros, mais ascéticos, aconselham à privação de tudo. O caminho bíblico em relação à resolução desses problemas na igreja deva ser o bom senso, sobretudo com equilíbrio. Evitar os extremos parece ser a saída mais apropriada. Ademais, é válido destacar que tudo nós é possível, mesmo assim, não nos deixaremos levar por nenhuma delas (I Co. 6.12). É preciso ponderar nas atitudes, considerando que existem em nosso meio alguns irmãos mais fracos, e, por esse motivo, não devamos levar a liberdade cristã aonde bem quisermos. Por causa desses irmãos, isto é, em amor a eles, a consciência fraca que ainda têm, o melhor é privar a liberdade. É salutar também que se leve em consideração o respeito mútuo pelas diferenças no que tange às questões menos significativas. O amor cristão, conforme Paulo instruiu os irmãos de Roma, é o fundamento do relacionamento cristão (Rm. 14.13-23).
CONCLUSÃO
A consciência exerce um papel fundamental na liberdade cristã. Mesmo assim, não é bom pensar que essa, por si só, seja a Palavra de Deus. Devemos levar nossos julgamentos perante o crivo da Escritura, pois há muita gente com a consciência cauterizada pelos seus pecados (I Tm. 4.2). A consciência do crente mais fraco vê pecado em tudo e o demônio em todos os lados (Rm. 14.23; I Co. 8.10). O crente mais forte, por ter conhecimento, não precisa mostrar arrogância perante tais irmãos. Em respeito à consciência deles, é mais sábio instruí-los, com amor e carinho, na verdade cristã, a fim de que, no tempo propício, ocorra o amadurecimento. Enquanto isso não acontece, atuemos com sabedoria, e, se preciso for, aceitemos o desafio de Paulo: “se o manjar escandalizar a meu irmão, nunca mais comerei carne, para que meu irmão não se escandalize” (I Co. 8.13).
BIBLIOGRAFIAMORRIS, L. I Coríntios: Introdução e comentário. São Paulo: Vida Nova, 2007.PRIOR, D. A mensagem de I Coríntios. São Paulo: ABU, 2001.
PB. José Roberto A. Barbosa
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Texto Áureo: I Co. 10.20
Leitura Bíblica em Classe: I Co. 8.1-4; 10.14; 18-22.1-5,7,10,11
Objetivo: Mostrar que o crente deve usufruir da liberdade cristã, contanto que essa não infrinja o mandamento do amor a fim de evitar que o irmão mais fraco fique escandalizado.
INTRODUÇÃO
O culto aos ídolos costuma ser acompanhado de festejos com farta alimentação. Esses alimentos são dedicados às divindades que são adoradas. Na lição de hoje, veremos que a carne sacrificada aos ídolos se constituiu num problema com o qual a igreja de Corinto não sabia lidar. O apóstolo Paulo traz uma série de recomendações especificando o cuidado que a igreja deveria ter com a carne sacrificada aos ídolos, e, por extensão, trata de como o crente deva exercitar, em amor, a liberdade cristã.
1. O PROBLEMA DA CARNE SACRIFICADA AOS ÍDOLOS
A situação na igreja em Corinto, em relação à carne sacrificada aos ídolos, era bastante problemática. Primeiramente porque era uma prática social, isto é, participar de uma refeição num templo ou qualquer outro lugar associado a um ídolo fazia parte da etiqueta formal daquela sociedade (10.27,28). Além disso, a maior parte do alimento vendido nos mercados, havia sido oferecida aos ídolos em sacrifício (8.10). Segundo o costume, parte do animal sacrificado era distribuída entre o altar ao deus, os sacerdotes e parte aos cultuadores. Os sacerdotes vendiam o que não podiam utilizar, por isso, era muito difícil saber se a comida de um determinado mercado era proveniente de um sacrifício (10.25). Por causa dessa incerteza, os crentes de Corinto queriam saber do Apóstolo se poderiam ou não se apropriar de algum alimento que tivesse sido oferecido aos ídolos pagãos. Ao invés de apresentar uma resposta direta sobre o assunto, Paulo clama para um dos fundamentos centrais da ética cristã: o amor. A princípio, reconhece que o conhecimento inutiliza a força da divindade, com isso, ressalta que o ídolo não tem qualquer valor. Aquele que tem esse conhecimento tem plena liberdade para se apropriar de qualquer comida, até mesmo aquela sacrificada aos ídolos.
2. AMOR, O FUNDAMENTO QUE LIMITA A LIBERDADE CRISTÃ
Conforme vemos em I Co. 8.4, Paulo destaca a existência de um só Deus, por isso, os cristãos fortes tinham fundamentos teológicos suficientes para se apropriarem da carne vendida nos mercados ou oferecidas pelos amigos incrédulos. A resolução do problema, entretanto, não estava no conhecimento, isto é, na teologia, mas na falta de atitude amorosa para com os mais fracos na fé. Paulo diz que o conhecimento, isto é, a gnosis precisa ser balanceada com o ágape, ou seja, o amor. A ética cristã não é governada pelo acúmulo de conhecimento, mas pelo amor genuinamente cristão (I Co. 8.13). Por essa razão, é preciso aprender a abrir mão de certos direitos a fim de preservar a fé do irmão mais fraco, considerando que a vida espiritual do irmão é mais importante que o direito à liberdade. Ainda que Paulo elogie o grupo forte, e mais que isso, se identifique com esses, resolve pôr em suspenso esse direito, abrindo mão do direito de comer carne a fim de não escandalizar os irmãos fracos. Fica evidenciado nas instruções do Apóstolo que o conhecimento, desassociado do amor, ensoberbece (I Co. 8.1). E quando o conhecimento ensoberbece, o caminho para a arrogância está bem próximo, bem como o do sectarismo. Aqueles que conhecem a Deus, e mais importante, que são conhecidos por Ele (I Co. 8.3), não se deixa levar pela arrogância, não tocam trombetas, cultivam a humildade. Como destacou W. Kay, “O conhecimento orgulha-se de ter aprendido tanto, mas a sabedoria humilha-se por não saber mais”. O conhecimento tem a sua serventia, deve ser buscado e estimulado, mas preciso, acima de tudo, ser regido pelo amor (I Co. 8.1). Guiados pelo amor, não vivemos apenas para nós mesmos, mas para o Senhor, e por conseguinte, para o próximo.
3. APLICAÇÕES PRÁTICAS PARA A IGREJA CRISTÃ
O problema da igreja de Corinto era a questão do consumo de carne sacrificada aos ídolos. Dependendo da localidade, e da época, os questionamentos dos cristãos podem ser outros: se é permitido ou não praticar esportes, tomar ou não um pouco de vinho, assistir ou não a televisão, entre outros. O princípio exposto por Paulo em sua I Epístola aos crentes de Corinto se aplica muito bem aos dias atuais. Talvez não seja possível dar as respostas individuais que os crentes desejariam. Isso porque alguns, mais liberais, querem que o crente possa fazer tudo o que deseja. Outros, mais ascéticos, aconselham à privação de tudo. O caminho bíblico em relação à resolução desses problemas na igreja deva ser o bom senso, sobretudo com equilíbrio. Evitar os extremos parece ser a saída mais apropriada. Ademais, é válido destacar que tudo nós é possível, mesmo assim, não nos deixaremos levar por nenhuma delas (I Co. 6.12). É preciso ponderar nas atitudes, considerando que existem em nosso meio alguns irmãos mais fracos, e, por esse motivo, não devamos levar a liberdade cristã aonde bem quisermos. Por causa desses irmãos, isto é, em amor a eles, a consciência fraca que ainda têm, o melhor é privar a liberdade. É salutar também que se leve em consideração o respeito mútuo pelas diferenças no que tange às questões menos significativas. O amor cristão, conforme Paulo instruiu os irmãos de Roma, é o fundamento do relacionamento cristão (Rm. 14.13-23).
CONCLUSÃO
A consciência exerce um papel fundamental na liberdade cristã. Mesmo assim, não é bom pensar que essa, por si só, seja a Palavra de Deus. Devemos levar nossos julgamentos perante o crivo da Escritura, pois há muita gente com a consciência cauterizada pelos seus pecados (I Tm. 4.2). A consciência do crente mais fraco vê pecado em tudo e o demônio em todos os lados (Rm. 14.23; I Co. 8.10). O crente mais forte, por ter conhecimento, não precisa mostrar arrogância perante tais irmãos. Em respeito à consciência deles, é mais sábio instruí-los, com amor e carinho, na verdade cristã, a fim de que, no tempo propício, ocorra o amadurecimento. Enquanto isso não acontece, atuemos com sabedoria, e, se preciso for, aceitemos o desafio de Paulo: “se o manjar escandalizar a meu irmão, nunca mais comerei carne, para que meu irmão não se escandalize” (I Co. 8.13).
BIBLIOGRAFIAMORRIS, L. I Coríntios: Introdução e comentário. São Paulo: Vida Nova, 2007.PRIOR, D. A mensagem de I Coríntios. São Paulo: ABU, 2001.
PB. José Roberto A. Barbosa
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quinta-feira, 14 de maio de 2009
CONSIDERAÇÃOS ACERCA DO CASAMENTO
CONSIDERAÇÃOS ACERCA DO CASAMENTO
Texto Áureo: Hb. 13.4 - Leitura Bíblica em Classe: I Co. 7.1-5,7,10,11
Objetivo: Mostrar que o casamento é, desde o princípio, uma instituição social e vitalícia como ponto de origem e suporte da família.
INTRODUÇÃO
A saída apresentada por Paulo aos crentes de Corinto, e também para nós hoje para evitar a imoralidade sexual, é o casamento. Nesta aula, aprenderemos o que a Bíblia ensina a respeito dessa importante instituição.. Estudaremos a respeito da questão do celibato, suas possibilidades e implicações, e, ao final, meditaremos a respeito do relacionamento conjugal entre cristãos e não-cristãos.
1. O CASAMENTO NA BÍBLIA
No Antigo Testamento a palavra hebraica para casamento é “laqah”, cujo significado básico é o de “pegar pela mão, conduzir”. No Novo Testamente, o termo “gamos”, em grego, significa “casar, celebrar o casamento, ter relações sexuais” (Mc. 6.17; Lc. 14.20; Jô. 2.1-2). A importância do casamento é claramente exposta no Novo Testamento e está baseada nos mandamentos de Deus (Gn. 2.24; Mt. 19.4-5; I Co. 6.16; Ef. 5.31). Jesus, no Sermão do Monte, destacou a natureza sagrada do casamento e reforçou o cuidado em relação ao mandamento de não cometer adultério (Mt. 5.31-32). Ainda que em Dt. 24.1 haja uma possibilidade de divórcio, em Mc. 10.2, Jesus o proibiu, permitindo-o somente nos casos de imoralidade sexual do cônjuge (Mt. 5.32; 19.9). O casamento é tão sublime do ponto de vista bíblico que, para Paulo, esse se assemelha ao relacionamento do homem com Deus (Rm. 9.25). Por esse motivo, o casamento é um mistério que ilustra a relação de Cristo com a igreja (Ef. 5.32). A fidelidade de Cristo pela igreja espelha como deve ser o tratamento do esposo para com a esposa e desta em relação àquele (Ef. 5.21-22, 25-29). Ao contrário do que depreendem alguns estudiosos, a partir do capítulo 7 da I Epístola aos Corintios, a visão paulina do casamento é positiva, não negativa. Conforme veremos nos próximos tópicos, o objetivo de Paulo nesse trecho da epístola é responder a alguns questionamentos da igreja (v. 1), levando em consideração os aspectos contextuais (v. 26).
2. O CASAMENTO E CELIBATO
Ao que tudo indica, na igreja de Corinto havia pólos extremos em relação ao casamento e ao celibato. Paulo, no entanto, evita esses dois posicionamentos e mostra que tanto o casamento quanto o celibato são dons de Deus. Por isso, se alguém recebeu o dom de casar, deve se casar, do mesmo modo, se recebeu o dom do celibato, deve permanecer no celibato. O Apóstolo destaca, nesse capítulo, que: 1) o casamento é puro, por isso a poligamia deva ser terminantemente proibida (7.2); 2) do mesmo modo ele trata a união homossexual (7.2); 3) o celibato não deve ser uma ordenança, ainda que seja motivado (7.1). O celibato não pode ser uma obrigatoriedade, conforme estipula algumas igrejas, pois só faz sentido caso seja resultado de um dom espiritual (Mt. 19.10-12), na verdade, o casamento é um princípio estabelecido por Deus quando criou o primeiro casal (Gn. 2.18); 4) há uma mutualidade nos direitos conjugais, portanto, no que tange ao relacionamento, o marido e a mulher devam saber que têm responsabilidades sexuais um com o outro (7.4), é preciso que haja cuidado para que um não prive o outro (7.5); 5) o ato sexual, no entanto, não deva ser endeusado, como costuma acontecer nesta sociedade centrada no sexo, é possível que os conjugues resolva absterem-se, com consentimento mútuo, por algum tempo, para a dedicação à oração (7.5). A razão para um tempo determinado, que não seja muito longo, é para evitar que Satanás entre em ação (7.5). Acima de tudo, é preciso desconstruir a idéia, defendida por alguns, que o sexo é pecado, na verdade, dependendo de como ele é feito, ai sim, pode se tornar pecado (Hb. 13.4).
3. O CASAMENTO ENTRE CRISTÃOS E NÃO-CRISTÃOS
A igreja de Corinto era bastante recente, por isso, algumas pessoas se converteram ao evangelho de Cristo depois de casadas. Como acontece com ainda hoje nas igrejas, é possível que o marido ou a mulher se converta e o cônjuge permanece descrente. O questionamento da igreja era o seguinte: devemos nós permanecer casados com cônjuges descrentes? A resposta do Apóstolo à essa pergunta é: se algum é SIM. Com isso, tal realidade não deva ensejar a separação. A conversão não muda o compromisso social do cristão, a não ser, e ai entre a exceção paulina, que o cônjuge descrente não mais queira viver com o crente (v. 15). Nesse caso, além da possibilidade do divórcio dada por Jesus, no caso da imoralidade sexual (Mt. 19.9), inclui-se também quando houver deserção obstinada da parte incrédula e que não possa por hipótese alguma ser remediada pela igreja. Aos cristãos não casados da igreja de Corinto, Paulo recomenda, tanto aos solteiros quanto às viúvas, que não se casem, a menos que realmente não possam, nesse caso, persiste a máxima, “é melhor casar do que viver abrasado” (v. 8,9). Um entrave para muitos teólogos é tentar entender porque Paulo, que defendera o casamento em tantas outras circunstâncias, parece se opor a esse. A resposta está nas circunstâncias, haja vista que a igreja se encontrava na iminência de ser perseguida, por isso, seria mais viável para os solteiros e as viúvas não se casarem, afinal, no contexto da perseguição, as famílias sofrem mais ainda (v. 28).
CONCLUSÃO
Esse capítulo da epístola não deva ser tomado isoladamente a fim de se construir uma teologia do casamento. Ele precisa ser correlacionado com outras passagens bíblicas, e, principalmente, ser visto a partir das indagações específicas da igreja de Corinto. Algumas verdades, entretanto, são de âmbito doutrinário, isto é, têm alcance universal, dentre elas, destacamos: 1) o celibato é um dom, portanto, se alguém anseia o casamento é porque não tem o dom do celibato, então, é melhor casar (v. 8,9); 2) quando for fazê-lo, esteja ciente que o seu futuro cônjuge seja, de fato, um cristão, a fim de que o casamento se dê no Senhor (v. 39); 3) se a conversão acontecer depois do casamento, todos os esforços devam ser feitos a fim de que o casamento seja mantido; e 4) os cônjuges devam ter o cuidado de cumprir a satisfação sexual um do outro, a fim de que não sejam alvo das tentações satânicas (vs. 3-5).
BIBLIOGRAFIA
LOPES, H. D. I Coríntios. São Paulo: Hagnos, 2008.
MORRIS, L. I Coríntios: Introdução e comentário. São Paulo: Vida Nova, 2007
PB. José Roberto A. Barbosa
Publicado no blog: http://subsidioebd.blogspot.com/
Texto Áureo: Hb. 13.4 - Leitura Bíblica em Classe: I Co. 7.1-5,7,10,11
Objetivo: Mostrar que o casamento é, desde o princípio, uma instituição social e vitalícia como ponto de origem e suporte da família.
INTRODUÇÃO
A saída apresentada por Paulo aos crentes de Corinto, e também para nós hoje para evitar a imoralidade sexual, é o casamento. Nesta aula, aprenderemos o que a Bíblia ensina a respeito dessa importante instituição.. Estudaremos a respeito da questão do celibato, suas possibilidades e implicações, e, ao final, meditaremos a respeito do relacionamento conjugal entre cristãos e não-cristãos.
1. O CASAMENTO NA BÍBLIA
No Antigo Testamento a palavra hebraica para casamento é “laqah”, cujo significado básico é o de “pegar pela mão, conduzir”. No Novo Testamente, o termo “gamos”, em grego, significa “casar, celebrar o casamento, ter relações sexuais” (Mc. 6.17; Lc. 14.20; Jô. 2.1-2). A importância do casamento é claramente exposta no Novo Testamento e está baseada nos mandamentos de Deus (Gn. 2.24; Mt. 19.4-5; I Co. 6.16; Ef. 5.31). Jesus, no Sermão do Monte, destacou a natureza sagrada do casamento e reforçou o cuidado em relação ao mandamento de não cometer adultério (Mt. 5.31-32). Ainda que em Dt. 24.1 haja uma possibilidade de divórcio, em Mc. 10.2, Jesus o proibiu, permitindo-o somente nos casos de imoralidade sexual do cônjuge (Mt. 5.32; 19.9). O casamento é tão sublime do ponto de vista bíblico que, para Paulo, esse se assemelha ao relacionamento do homem com Deus (Rm. 9.25). Por esse motivo, o casamento é um mistério que ilustra a relação de Cristo com a igreja (Ef. 5.32). A fidelidade de Cristo pela igreja espelha como deve ser o tratamento do esposo para com a esposa e desta em relação àquele (Ef. 5.21-22, 25-29). Ao contrário do que depreendem alguns estudiosos, a partir do capítulo 7 da I Epístola aos Corintios, a visão paulina do casamento é positiva, não negativa. Conforme veremos nos próximos tópicos, o objetivo de Paulo nesse trecho da epístola é responder a alguns questionamentos da igreja (v. 1), levando em consideração os aspectos contextuais (v. 26).
2. O CASAMENTO E CELIBATO
Ao que tudo indica, na igreja de Corinto havia pólos extremos em relação ao casamento e ao celibato. Paulo, no entanto, evita esses dois posicionamentos e mostra que tanto o casamento quanto o celibato são dons de Deus. Por isso, se alguém recebeu o dom de casar, deve se casar, do mesmo modo, se recebeu o dom do celibato, deve permanecer no celibato. O Apóstolo destaca, nesse capítulo, que: 1) o casamento é puro, por isso a poligamia deva ser terminantemente proibida (7.2); 2) do mesmo modo ele trata a união homossexual (7.2); 3) o celibato não deve ser uma ordenança, ainda que seja motivado (7.1). O celibato não pode ser uma obrigatoriedade, conforme estipula algumas igrejas, pois só faz sentido caso seja resultado de um dom espiritual (Mt. 19.10-12), na verdade, o casamento é um princípio estabelecido por Deus quando criou o primeiro casal (Gn. 2.18); 4) há uma mutualidade nos direitos conjugais, portanto, no que tange ao relacionamento, o marido e a mulher devam saber que têm responsabilidades sexuais um com o outro (7.4), é preciso que haja cuidado para que um não prive o outro (7.5); 5) o ato sexual, no entanto, não deva ser endeusado, como costuma acontecer nesta sociedade centrada no sexo, é possível que os conjugues resolva absterem-se, com consentimento mútuo, por algum tempo, para a dedicação à oração (7.5). A razão para um tempo determinado, que não seja muito longo, é para evitar que Satanás entre em ação (7.5). Acima de tudo, é preciso desconstruir a idéia, defendida por alguns, que o sexo é pecado, na verdade, dependendo de como ele é feito, ai sim, pode se tornar pecado (Hb. 13.4).
3. O CASAMENTO ENTRE CRISTÃOS E NÃO-CRISTÃOS
A igreja de Corinto era bastante recente, por isso, algumas pessoas se converteram ao evangelho de Cristo depois de casadas. Como acontece com ainda hoje nas igrejas, é possível que o marido ou a mulher se converta e o cônjuge permanece descrente. O questionamento da igreja era o seguinte: devemos nós permanecer casados com cônjuges descrentes? A resposta do Apóstolo à essa pergunta é: se algum é SIM. Com isso, tal realidade não deva ensejar a separação. A conversão não muda o compromisso social do cristão, a não ser, e ai entre a exceção paulina, que o cônjuge descrente não mais queira viver com o crente (v. 15). Nesse caso, além da possibilidade do divórcio dada por Jesus, no caso da imoralidade sexual (Mt. 19.9), inclui-se também quando houver deserção obstinada da parte incrédula e que não possa por hipótese alguma ser remediada pela igreja. Aos cristãos não casados da igreja de Corinto, Paulo recomenda, tanto aos solteiros quanto às viúvas, que não se casem, a menos que realmente não possam, nesse caso, persiste a máxima, “é melhor casar do que viver abrasado” (v. 8,9). Um entrave para muitos teólogos é tentar entender porque Paulo, que defendera o casamento em tantas outras circunstâncias, parece se opor a esse. A resposta está nas circunstâncias, haja vista que a igreja se encontrava na iminência de ser perseguida, por isso, seria mais viável para os solteiros e as viúvas não se casarem, afinal, no contexto da perseguição, as famílias sofrem mais ainda (v. 28).
CONCLUSÃO
Esse capítulo da epístola não deva ser tomado isoladamente a fim de se construir uma teologia do casamento. Ele precisa ser correlacionado com outras passagens bíblicas, e, principalmente, ser visto a partir das indagações específicas da igreja de Corinto. Algumas verdades, entretanto, são de âmbito doutrinário, isto é, têm alcance universal, dentre elas, destacamos: 1) o celibato é um dom, portanto, se alguém anseia o casamento é porque não tem o dom do celibato, então, é melhor casar (v. 8,9); 2) quando for fazê-lo, esteja ciente que o seu futuro cônjuge seja, de fato, um cristão, a fim de que o casamento se dê no Senhor (v. 39); 3) se a conversão acontecer depois do casamento, todos os esforços devam ser feitos a fim de que o casamento seja mantido; e 4) os cônjuges devam ter o cuidado de cumprir a satisfação sexual um do outro, a fim de que não sejam alvo das tentações satânicas (vs. 3-5).
BIBLIOGRAFIA
LOPES, H. D. I Coríntios. São Paulo: Hagnos, 2008.
MORRIS, L. I Coríntios: Introdução e comentário. São Paulo: Vida Nova, 2007
PB. José Roberto A. Barbosa
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